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As versões livres de óleo ou oil free já prometiam isso, mas geralmente decepcionam os avessos ao brilho excessivo. “Na prática, a base utilizada na produção é livre de óleo, como é o caso do gel. Só que os fotoprotetores químicos adicionados são naturalmente oleosos. Portanto, apesar de ser oil free, esses protetores têm óleo”, alerta o professor de cosmetologia da UNA Gabriel Bastos. “E quanto maior o fator de proteção solar (FPS), maiores serão os teores de gordura”, acrescenta Appel.
Uma boa dica é buscar produtos que contenham na formulação fotoprotetores físicos. Esses sim, livres de óleo. À exceção dos casos em que a pele já é naturalmente seca, qualquer outro tipo pode recorrer às alternativas físicas. A grande desvantagem dessa versão é que a pele fica esbranquiçada, tonalidade que vai sumindo à medida que o protetor seca. Para evitar o incômodo, as mulheres têm a vantagem de recorrer aos protetores que funcionam como base. Além do efeito estético, a base é aliada e potencializa os efeitos do fotoprotetor.
PERSONALIZADO
Se ainda assim as marcas oferecidas no mercado não forem capazes de atender sua necessidade, a saída pode estar na manipulação. “O processo de produção tem que ser respeitado. A farmácia deve prover um laudo que comprove o fator de proteção contra raios UVA e UVB. Se não oferece isso não há como o consumidor comprovar que as exigências estão sendo respeitadas”, alerta Gabriel.
Para a esteticista Patrícia Rodrigues, de 32 anos, a grande vantagem da manipulação é a possibilidade de agregar funcionalidades que as versões comerciais não têm. “Além do toque seco, ainda coloco a base no meu tom de pele”, afirma. Para chegar à formulação ideal para seu tipo de pele, é recomendável procurar um dermatologista que vai fazer a prescrição mais correta.
Mudanças nas regras
A partir de julho deste ano, a legislação sobre os protetores solares ficará mais rígida. Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), aprovada em junho do ano passado, passa a valer e promete mudanças importantes para o consumidor. O professor de cosmetologia da UNA Gabriel da Silva Bastos reconhece que a alteração mais significativa para a saúde dos brasileiros será a obrigação de informar o fator de proteção contra a radiação UVA.
“Os produtos vêm apenas com informações sobre o fator de proteção solar (FPS), que protege contra o UVB, radiação responsável por deixar a pele vermelha e ardendo”, afirma o profissional. O risco, porém, recai sobre o UVA. “Ele é silencioso e provoca envelhecimento e câncer de pele”, alerta Gabriel. A partir de julho, deve ser informado no rótulo o fator de proteção UVA, hoje mais conhecido pela sigla PPD. “Deverá ser de pelo menos um terço da proteção UVB”, informa Gabriel.
A Anvisa vai fechar o cerco contra produtos que se dizem multifuncionais, ou seja, além do objetivo principal, têm proteção solar. É o caso de batons, cremes antissinais e até xampus. “Eles terão que entrar nos parâmetros de proteção solar, que são mais rigorosos que os estéticos. Há quem deixe de usar o protetor acreditando nesses produtos”, afirma Gabriel.
A verdade é que usar um hidratante ou produto antissinais com FPS não descarta a necessidade de reforçar a proteção com filtro solar. As mudanças estipuladas pela Anvisa ainda determinam que o FPS mínimo passe de dois para seis (veja quadro). Mas vale lembrar que a recomendação da Sociedade Brasileira de Dermatologia é de aplicar, pelo menos, fator 30.
NOVO RÓTULO
» Mudanças a partir do 2º semestre
» Fator de proteção mínimo passa de 2 para 6
» Proteção contra os raios UVA deverá ser equivalente a um terço do fator de proteção contra o UVB
» Proibido divulgar 100% de proteção
» Indicação da necessidade de reaplicar o produto