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Bonato desenvolve, em parceria com alunos, o equipamento chamado Power Line Comunication, que possibilita a transmissão dos resultados de eletrocardiogramas pela rede elétrica. O professor compara a rede elétrica com o ar para transmissão de ondas eletromagnéticas. "Pegamos o aparelho de eletrocardiograma, aplicamos nele algumas manipulações eletrônicas para o processamento de sinal, modulamos as altas frequências e passamos o sinal para a rede elétrica", detalha o professor. Para o sinal ser captado foi montado um decodificador. Segundo Bonato, o projeto está sendo desenvolvido para o mercado e se houver interesse pode ser comercializado. Alguns estudantes já passaram pelo projeto, que é acompanhado, atualmente, pela mestranda Joyce Olivia Galo.
Se a internet não abrange todos os rincões do país, é essencial para ajudar em diagnósticos. Várias pesquisas apontam a importância da rede mundial de computadores como uma ferramenta de auxílio para a saúde populacional. Estudo realizado no Center for Studying Health System Change (HSC) provou que 58% dos adultos americanos procuraram por informações médicas na internet. Cerca de 60% deles consideram que o que descobriram afetou a forma como cuidam de sua saúde e aprenderam a tratar corretamente alguma enfermidade. Outra pesquisa, essa do Manhattan Research, registrou que o cidadão dos Estados Unidos procura esses dados em média três vezes por mês.
O médico Leonardo Florêncio, CEO da ePrimeCare, aposta no conhecimento a distância e, para isso, desenvolve bancos de dados com consumidores de planos de saúde e programas de governo, entre eles o programa Mães de Minas, que promove ações de educação em saúde para gestantes e mães de bebês na primeira infância. Por meio de um site, distribuição de folders e publicação de conteúdo educativo em jornais, revistas e TV, a iniciativa orienta essas mulheres sobre o autocuidado.
CONTEÚDO DE PREVENÇÃO
No site estão disponíveis várias opções de conteúdo, como dicas de médicos ginecologistas, pediatras, clínicos gerais e enfermeiras. A gestante ou mãe pode interagir com outras mães e profissionais de saúde por meio da rede social do Mães de Minas. Na rede, é possível compartilhar, curtir e comentar notícias, imagens de ecografias, fotos do bebê, além de participar de fóruns de discussão com grupos temáticos: etapas da gravidez, amamentação, cuidados com o bebê. Esse tipo de iniciativa é interessante, mas está restrito a quem acessa computador.
"A população não é orientada sobre medidas de prevenção e cuidados. É muito difícil esperar que a pessoa saiba o que ela precisa fazer sendo leiga", acrescenta Leonardo Florêncio. Para o médico, o serviço de saúde (governo ou plano privado) deve assumir o papel de coordenador da saúde da população. Nos últimos anos, o setor privado passou a gastar muito dinheiro com o cuidado com a saúde e há mais de uma década já estão em discussão maneiras de implementar o cuidado proativo. Uma das maneiras, segundo Florêncio, é fazer análise de bancos de dados epidemiológicos e, dessa maneira, entender os riscos de um determinado grupo de pessoas.
CONTATO VIRTUAL
O passo seguinte, segundo Florêncio, é chegar até essa pessoa. "Enviamos e-mails e mensagens de texto no celular. Existem vários tipos de mensagens que podem ser encaminhadas e quando a pessoa recebe cria um gatilho, que é diferente de ver uma propaganda na televisão", compara Florêncio. "A pessoa recebe e pensa: ‘legal a preocupação’". Com isso, entende Florêncio, há grande chance de um exame ser feito.
Depois dessa primeira abordagem, a empresa manda outras mensagens oferecendo um web site com informações sobre a doença. "Uma plataforma persuasiva, com conteúdo multimídia, vídeos, infográficos e artigos que explicam sobre os riscos de não fazer o exame", detalha.
Há ainda uma rede social criada para as pessoas postarem dúvidas. "Médicos, enfermeiros e nutricionistas acompanham e dão explicações", afirma Florêncio, que ressalta que não é uma consulta remota, modalidade proibida pelo Conselho Federal de Medicina, e o suporte não tem custo para o cliente. "Quem paga para ele é a instituição", explica. O sistema começou a ser feito recentemente e, segundo o executivo, ainda não é possível mensurar os resultados.
Mesmo sem dados em mãos, Florêncio tem grande expectativa. "Conseguimos até mesmo prevenir epidemias com sistemas de infovigilância nas redes sociais", afirma. "Tem-se discutido o assunto conceitualmente. Existem iniciativas isoladas, mas o paradigma atual é de não participação do Big Data para o contexto de soluções em saúde", lamenta Florêncio. De acordo com o médico, a tecnologia não substitui os profissionais, mas ajuda muito no gerenciamento das ações. "Ela proporciona um benefício de apoio e gera mais conhecimento para auxiliar médicos e organizações nas tomadas de decisão", explica.
O que diz a lei:
O Código de Ética Médica prevê:
Capítulo V - Relação pacientes e familiares
É vedado ao médico:
Artigo 37 - Prescrever tratamento ou outros procedimentos sem exame direto do paciente, salvo em caso de urgência ou emergência e impossibilidade comprovada de realizá-lo, devendo, nesse caso, fazê-lo imediatamente após cessar o impedimento.
Capítulo XIII - Publicidade médica
É vedado ao médico:
Artigo 114 - Consultar, diagnosticar e prescrever por qualquer meio de comunicação de massa