No IMC, que é a relação entre a altura e o peso da pessoa, um índice a partir de 30 é considerado um sinal de obesidade. Nos países em desenvolvimento, o número de pessoas acima do peso e obesas quase quadruplicou entre 1980 e 2008, de 250 milhões para 904 milhões de pessoas. “O que mudou é que a maioria das pessoas acima do peso ou obesas está agora nos países em desenvolvimento, em vez de nos países desenvolvidos”, diz o relatório.
Nos países de alta renda, a população com sobrepeso ou obesidade aumentou em 1,7% durante o mesmo período, passando de 321 milhões para 557 milhões de pessoas. “As taxas de crescimento da obesidade e de sobrepeso em países em desenvolvimento são alarmantes”, indica um dos coautores do estudo, Steve Wiggins. “Vamos assistir a um forte aumento global do número de pessoas com certos tipos de câncer, diabetes, acidente vascular cerebral ou ataque cardíaco, o que representará um enorme fardo para os sistemas de saúde públicos”, alertou.
DESAFIO POLÍTICO
No Reino Unido, 64% dos adultos são obesos ou estão acima do peso. Globalmente, 58% dos europeus estão na mesma situação, assim como na América Latina, Norte da África e Oriente Médio. A América do Norte, com os Estados Unidos na liderança, conta com 70% dos adultos afetados. O estudo também observa que a proporção dos mexicanos e chineses nesta situação quase duplicou entre 1980 e 2008.
“Os políticos devem ser menos tímidos em suas tentativas de influenciar o tipo de alimento que acaba em nossos pratos. O desafio é garantir que uma dieta saudável seja viável, reduzindo a atratividade de alimentos com menor valor nutritivo”, diz Wiggins, acrescentando que “a falta de ação é impressionante em comparação com intervenções governamentais para restringir o fumo em países desenvolvidos”. A Organização Mundial da Saúde (OMS) enfatiza que o sobrepeso e a obesidade são o quinto principal fator de risco para mortes em nível mundial e, pelo menos, 2,8 milhões de adultos morrem a cada ano.