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Diagnosticado aos 7 anos, até seis meses atrás ele fazia o tratamento com seringa. “Mudei o tipo da insulina algumas vezes em busca de melhores resultados, mas, devido à dificuldade de adquirir os insumos, só conseguia monitorar a glicemia duas vezes por dia, quando monitorava”, conta o empresário.
Os problemas foram muitos, ao longo de 20 anos. Taxas altíssimas de glicose, alcançando picos de 500; e crises de hipoglicemia quando chegava a 200. Teve vários episódios de ausência, como se não estivesse mais presente em algum lugar com a família ou os amigos. “Não chegaram a ser desmaios, mas eu ficava fora do ar. Não conseguia cumprir uma jornada de trabalho inteira. Em um dia eu estava bem, no outro não conseguia nem levantar”, descreve.
Com a piora da situação, Hammuel teve que fazer tratamento psicológico e psiquiátrico. “Cheguei a tomar nove comprimidos por dia”, afirma. Quando, há seis meses, passou a utilizar a bomba e o glicosímetro (não sem antes uma ação na justiça, assim como no caso de Natália), os efeitos foram assustadores. No bom sentido, é claro. “Agora tomo apenas um medicamento, e estou em vias de não precisar nem desse mais. A doença era um empecilho na minha vida, me impedia de crescer. Depois que passei a usar o aparelho, tomei a decisão de abrir um negócio próprio e ser dono das minhas decisões”, comemora.
Ele só não contava com a reação de Victor Miguel, seu filhinho de três anos. Encantado com o novo ‘brinquedo’ do pai, o pequeno “queria porque queria” um igual. “Tive que fabricar uma bomba de insulina para ele. Claro que é de mentira, mas ele me vê como exemplo e quer compartilhar isso comigo”, conta o pai, orgulhoso do apoio de Victor.
Para complementar o processo, Hammuel utiliza uma planilha - no computador e no celular – para fazer seu controle glicêmico e enviar ao médico. Quando ele chega para a consulta em Belo Horizonte, a cada 40 dias, eles discutem juntos a evolução do tratamento. “Há seis meses, não tenho crises de hipoglicemia”, comemora o jovem empresário.