Toda menina já sofreu na mão de um menino malicioso e toda mãe já tentou explicar: 'é que as meninas crescem mais cedo'. Apesar da maioria das crendices de mães não serem confirmadas cientificamente, essa é apoiada por uma equipe internacional de pesquisadores. Liderados por professores da Universidade de Newcastle, na Inglaterra, o grupo, que incluía as Universidades de Glasgow, da Escócia, e Seul, da Coréia do Sul, estudava o cérebro humano e chegou, acidentalmente, à conclusão de que meninas amadurecem mais cedo que meninos.
A descoberta aconteceu durante um experimento que realizava ressonâncias magnéticas com 121 voluntários de idade entre quatro e 40 anos. Nele, os pesquisadores descobriram que, ao amadurecer, o cérebro suprime e armazena algumas informações e se foca no que é mais importante. E o processo começa cerca de cinco anos antes em meninas.
Em meninas, a atividade cerebral começa a ficar intensa entre os 10 e 12 anos. Já nos meninas, os testes indicaram que os mesmos processos começaram a acontecer com mais frequência entre os 15 e 20 anos.
A pesquisa aponta que conexões curtas são geralmente descartadas, enquanto que conexões longas entre partes diferentes do cérebro – responsáveis, por exemplo, pela associação de visão e audição – são preservadas. “A perda de conectividade durante o desenvolvimentos do cérebro pode, de fato, ajudar a melhorar as funcionalidades cerebrais ao reorganizar a rede de maneira mais eficiente”, explica a pesquisadora Sol Lim. “Em vez de conversar com muitas pessoas aleatoriamente, conversar com poucas pessoas que vivem em uma área há muito tempo é a maneira mais eficiente de achar seu caminho. De maneira parecida, reduzir algumas projeções no cérebro ajuda a se focar na informações essenciais”, conclui.
Trabalhos anteriores já indicavam que o cérebro fazia esse tipo de supressão, especialmente durante a puberdade. “Mas foi inesperado descobrir que essas mudanças acontecem bem mais cedo em garotas quando comparado à rapazes”, disse o pesquisador Marcus Kaiser ao jornal britânico The Telegraph.