Um novo capítulo na pesquisa sobre o tratamento do câncer começou neste ano. Resultados promissores que mostram o uso da imunoterapia para conter tumores malignos fizeram com que a comunidade médica e científica se convencesse do nascimento de um importante paradigma contra a doença em 2013. A estratégia aproveita o sistema imunológico do paciente para atacar os tumores, e foi reconhecida pela revista científica Science como a descoberta científica mais importante dos últimos 12 meses.
Já a Nature lembra, na retrospectiva publicada nesta semana, três importantes personagens. A virologista Deborah Persaud anunciou, no primeiro semestre, a cura funcional de um bebê nascido com HIV e encabeça o rol dos principais especialistas. Zhang Feng, jovem neurocientista do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, acompanha Persaud por conta da criação de técnica barata, prática e acessível para a edição de DNA — trabalho também presente na relação feita pela Science. A chinesa Hualan Chen completa o time pela liderança da força-tarefa que conteve o surto do vírus da gripe aviária (H7N9) em seu país natal. Veja como aconteceram e quais foram os principais avanços da medicina neste ano.
Novo tratamento
A comunidade de pesquisa experimentou uma mudança radical em 2013, uma vez que uma estratégia, há décadas em formação, finalmente cimentou o seu potencial. Resultados promissores surgiram a partir de ensaios clínicos de imunoterapia contra o câncer, em que os tratamentos miram o sistema imune do corpo, em vez dos tumores (foto). Esse tratamento empurra as células T e outras do sistema imunológico para combater os tumores. Os editores da Science creem que a abordagem tem potencial suficiente para encabeçar a lista dos mais importantes do ano.
Editor de DNA
Um dos assuntos mais quentes, neste ano, na pesquisa biomédica, foi a criação do neurocientista do Instituto de Tecnologia de Massachusetts Zhang Feng. Com apenas 32 anos, ele está entre as principais personalidades da ciência anunciadas pela revista Nature, e a descoberta feita por ele, entre os grandes achados do ano listados na Science. A junção de uma proteína bacteriana chamada Cas9 e o RNA projetado em sequências específicas de DNA fornece aos pesquisadores um poderoso kit molecular para a cirurgia genética, isto é, para desativar, ativar ou alterar genes. O sistema chamado CRISPR/Cas foi comprovadamente capaz de editar genomas de maneira barata, fácil e precisa.
Cerco à gripe
A virologista Hualan Chen, chefe do Laboratório Nacional de Referência da China em Influenza Aviária, ajudou a conter um surto do vírus da gripe aviária emergente em humanos que ameaçou o país asiático nas primeiras semanas de abril. Menos de 48 horas após o anúncio de novos casos em Xangai e nas províncias vizinhas, a equipe de Chen coletou diversas amostras. Ela obteve 20 resultados positivos para H7N9 a partir de mercados de animais vivos, o que levou ao fechamento rápido dos estabelecimentos e à queda imediata da taxa de novas infecções. Pela resposta ágil e transparente, Chen figura entre os principais cientistas de 2013, de acordo com rol da revista Nature.
Limpeza profunda
Ao rastrear um fluxo de um corante colorido nos cérebros de ratos dormindo, os cientistas do Centro Médico da Universidade de Rochester, liderados por Maiken Nedergaard, conseguiram visualizar a finalidade básica do sono: a limpeza do cérebro. Quando os ratos dormem, uma rede de canais de transporte do cérebro se expande em 60% , aumentando o fluxo do líquido cefalorraquidiano. A onda de fluidos afasta resíduos metabólicos, como as proteínas beta-amiloides, que podem engessar neurônios com placas e estão associados à doença de Alzheimer. A descoberta faz parte dos principais feitos científicos de 2013, segundo a Science.
Pequeno cérebro
Pesquisadores do Instituto de Biotecnologia Molecular, na Áustria, fizeram um progresso notável com o crescimento de miniórgãos humanos in vitro. O sistema ajudará no estudo do desenvolvimento precoce do cérebro humano e está entre as principais descobertas do ano, de acordo com a Science. A cultura de tecidos em 3D recapitula a organização vista no cérebro (foto) foi feita com células-tronco pluripotentes humanas. Essa abordagem pode acabar com limitações enfrentadas por cientistas ao estudarem doenças neurológicas humanas usando modelos animais, que têm estruturas cerebrais menos complexas.
Vacinas melhoradas
Pesquisadores do Instituto Nacional dos EUA de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID) utilizaram a estrutura de um anticorpo para projetar um imunógeno — o principal ingrediente de uma vacina — contra o vírus sincicial respiratório (foto). Ele é responsável pela hospitalização de milhões de crianças anualmente em decorrência da pneumonia e de outras doenças pulmonares, e desafiava muitos desenvolvedores de vacinas. Foi a primeira vez que a biologia estrutural levou a uma ferramenta tão poderosa para combater a doença. O trabalho liderado por Peter D. Kwong figura entre as principais descobertas da ciência em 2013 pela Science.
Bebê livre do HIV
Em março deste ano, a virologista Deborah Persaud compartilhou com o mundo a notícia de que um bebê que nasceu com o HIV nos Estados Unidos parecia estar livre de vírus quase um ano após a interrupção do tratamento com antirretrovirais. Agências de notícias vibraram com a história e, depois de um mês, Persaud e seus colaboradores, Hannah Gay, na Universidade de Mississippi; e Katherine Luzuriaga, da Universidade de Massachusetts, foram listados entre as 100 pessoas mais influentes pela revista Time em todo o mundo. Persaud está agora entre uma das principais cientistas do ano, segundo a Nature.
Já a Nature lembra, na retrospectiva publicada nesta semana, três importantes personagens. A virologista Deborah Persaud anunciou, no primeiro semestre, a cura funcional de um bebê nascido com HIV e encabeça o rol dos principais especialistas. Zhang Feng, jovem neurocientista do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, acompanha Persaud por conta da criação de técnica barata, prática e acessível para a edição de DNA — trabalho também presente na relação feita pela Science. A chinesa Hualan Chen completa o time pela liderança da força-tarefa que conteve o surto do vírus da gripe aviária (H7N9) em seu país natal. Veja como aconteceram e quais foram os principais avanços da medicina neste ano.
Novo tratamento
A comunidade de pesquisa experimentou uma mudança radical em 2013, uma vez que uma estratégia, há décadas em formação, finalmente cimentou o seu potencial. Resultados promissores surgiram a partir de ensaios clínicos de imunoterapia contra o câncer, em que os tratamentos miram o sistema imune do corpo, em vez dos tumores (foto). Esse tratamento empurra as células T e outras do sistema imunológico para combater os tumores. Os editores da Science creem que a abordagem tem potencial suficiente para encabeçar a lista dos mais importantes do ano.
Editor de DNA
Um dos assuntos mais quentes, neste ano, na pesquisa biomédica, foi a criação do neurocientista do Instituto de Tecnologia de Massachusetts Zhang Feng. Com apenas 32 anos, ele está entre as principais personalidades da ciência anunciadas pela revista Nature, e a descoberta feita por ele, entre os grandes achados do ano listados na Science. A junção de uma proteína bacteriana chamada Cas9 e o RNA projetado em sequências específicas de DNA fornece aos pesquisadores um poderoso kit molecular para a cirurgia genética, isto é, para desativar, ativar ou alterar genes. O sistema chamado CRISPR/Cas foi comprovadamente capaz de editar genomas de maneira barata, fácil e precisa.
Cerco à gripe
A virologista Hualan Chen, chefe do Laboratório Nacional de Referência da China em Influenza Aviária, ajudou a conter um surto do vírus da gripe aviária emergente em humanos que ameaçou o país asiático nas primeiras semanas de abril. Menos de 48 horas após o anúncio de novos casos em Xangai e nas províncias vizinhas, a equipe de Chen coletou diversas amostras. Ela obteve 20 resultados positivos para H7N9 a partir de mercados de animais vivos, o que levou ao fechamento rápido dos estabelecimentos e à queda imediata da taxa de novas infecções. Pela resposta ágil e transparente, Chen figura entre os principais cientistas de 2013, de acordo com rol da revista Nature.
Limpeza profunda
Ao rastrear um fluxo de um corante colorido nos cérebros de ratos dormindo, os cientistas do Centro Médico da Universidade de Rochester, liderados por Maiken Nedergaard, conseguiram visualizar a finalidade básica do sono: a limpeza do cérebro. Quando os ratos dormem, uma rede de canais de transporte do cérebro se expande em 60% , aumentando o fluxo do líquido cefalorraquidiano. A onda de fluidos afasta resíduos metabólicos, como as proteínas beta-amiloides, que podem engessar neurônios com placas e estão associados à doença de Alzheimer. A descoberta faz parte dos principais feitos científicos de 2013, segundo a Science.
Pequeno cérebro
Pesquisadores do Instituto de Biotecnologia Molecular, na Áustria, fizeram um progresso notável com o crescimento de miniórgãos humanos in vitro. O sistema ajudará no estudo do desenvolvimento precoce do cérebro humano e está entre as principais descobertas do ano, de acordo com a Science. A cultura de tecidos em 3D recapitula a organização vista no cérebro (foto) foi feita com células-tronco pluripotentes humanas. Essa abordagem pode acabar com limitações enfrentadas por cientistas ao estudarem doenças neurológicas humanas usando modelos animais, que têm estruturas cerebrais menos complexas.
Vacinas melhoradas
Pesquisadores do Instituto Nacional dos EUA de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID) utilizaram a estrutura de um anticorpo para projetar um imunógeno — o principal ingrediente de uma vacina — contra o vírus sincicial respiratório (foto). Ele é responsável pela hospitalização de milhões de crianças anualmente em decorrência da pneumonia e de outras doenças pulmonares, e desafiava muitos desenvolvedores de vacinas. Foi a primeira vez que a biologia estrutural levou a uma ferramenta tão poderosa para combater a doença. O trabalho liderado por Peter D. Kwong figura entre as principais descobertas da ciência em 2013 pela Science.
Bebê livre do HIV
Em março deste ano, a virologista Deborah Persaud compartilhou com o mundo a notícia de que um bebê que nasceu com o HIV nos Estados Unidos parecia estar livre de vírus quase um ano após a interrupção do tratamento com antirretrovirais. Agências de notícias vibraram com a história e, depois de um mês, Persaud e seus colaboradores, Hannah Gay, na Universidade de Mississippi; e Katherine Luzuriaga, da Universidade de Massachusetts, foram listados entre as 100 pessoas mais influentes pela revista Time em todo o mundo. Persaud está agora entre uma das principais cientistas do ano, segundo a Nature.