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“Usamos a visão para entender se o cérebro tinha sido alterado pela exposição ao solvente. E vimos que a atividade cerebral pode ser afetada de maneira maléfica”, disse Costa. Os testes mediram a discriminação de cores, sensibilidade ao contraste e sensibilidade em diferentes pontos do campo visual. “Na maioria dos testes, o participante tinha que discriminar o estímulo, de um fundo. O estímulo ia se misturando com o fundo até um ponto em que o participante não consegue mais diferenciar. Conseguimos entender como está a sensibilidade para esse tipo de estímulo”, explicou.

“Não é uma alteração na lente do olho. É uma alteração do nível cerebral, seja na retina ou em outras áreas. O fato de a gente ter encontrado alteração em todos os testes, que mediam atividades em diferentes grupos de células do cérebro, podemos dizer que é uma perda difusa e que provavelmente não se limita exclusivamente ao sistema visual”, declarou o pesquisador.
Thiago Costa destaca que, quanto maior o tempo de exposição aos solventes, maiores são os danos neurológicos. “O tipo de perda que encontramos progrediu com o tempo”, apontou. De acordo com ele, os principais meios de contato dos trabalhadores com os químicos são as vias aéreas. “Mas também é possível que haja certo nível de intoxicação pelo contato com a pele e das mucosas”, acrescentou.
Embora os resultados da pesquisa sirvam de alerta para os riscos da profissão de frentista, o pesquisador esclarece que seria necessário ampliar os estudos no campo da medicina do trabalho para definir se equipamentos de segurança seriam eficazes na proteção aos trabalhadores.