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Alimentos e excesso de exercícios podem piorar a dor de cabeça
Dados da Sociedade Brasileira de Cefaleia mostram que as dores de cabeça, incluindo a enxaqueca, são motivo de 40% das consultas neurológicas atualmente, e que o incômodo está presente na vida de 15 milhões de brasileiros.
Como acontece
“O alimento gelado encosta no céu da boca e provoca primeiro a contração dos vasos sanguíneos no interior da cabeça para depois ocorrer a dilatação compensatória que desencadeia a dor”. A especialista diz que ainda não se conhece um mecanismo fisiológico para explicar essa sensação. “Acredita-se que seja mecânico”, observa a médica.
Célia Roesler ressalta que a dor é tão incomodativa que aquele ou aquela que vive a experiência repetidamente começa a ter aversão a substâncias geladas. “A pessoa começa a ter medo. Paciente que tem dor de cabeça crônica passa a sofrer de cefalalgiofobia, que é o medo de ter dor de cabeça”, pontua.

Apesar de o intervalo da dor intensa ser curto, pode ficar a residual e o dia de praia se transformar em desprazer. “Como não tem tratamento específico, se esses episódios acontecerem repetidamente podem se tornar uma dor crônica. A dica é: ao ingerir um alimento gelado, vá para uma região de sombra, coma lentamente e em poucas quantidades. Você pode estar morrendo de sede, mas não deve beber de uma vez um copo de água gelado”, recomenda a médica. Segundo Roesler, a chance da dor aparecer é muito menor.
A médica recomenda o uso de analgésico – nada de medicamentos fortes para os pacientes que têm enxaqueca - apenas se ficar uma dor residual, mas mesmo assim com ressalvas: “Pode ser uma dor isolada, pode ser que a pessoa tenha uma vez só e não terá nunca mais”.
Crianças e a ‘dor de cabeça do sorvete’
Célia Roesler afirma que as crianças são muito intuitivas. “Criança de 3 anos pode ter enxaqueca. Se ela está vendo um desenho na televisão e começa a sentir dor, procura logo um lugar silencioso, de pouca luz, e fica quietinha, parada, para tentar aliviar o incômodo”, exemplifica.

Não se esqueça
Para a membro da Sociedade Brasileira de Cefaleia, o principal é que os pacientes que têm enxaqueca e procuram a praia no verão para lazer e descanso tenham consciência do problema para não gerar mais dores. “Proteger a cabeça com chapéu, usar óculos escuros, se hidratar muito diminuem as chances de ter dor. É preciso se cuidar para não estragar as férias”, encerra.

