O uso da imunoterapia contra o câncer foi escolhido como o maior avanço científico do ano pela revista Science, da Associação Americana para o Avanço da Ciência (Aaas). A estratégia, que consiste em fazer com que o sistema imunológico dos pacientes reconheça e ataque células tumorais, deu provas concretas de que pode funcionar e tem potencial para revolucionar a Oncologia, de acordo com a publicação.
O tema é pesquisado desde a década de 1980, com altos e baixos - incluindo várias decepções. Em 2013, porém, resultados preliminares de um grande ensaio clínico conduzido pela Bristol-Myers Squibb, com mais de 1,8 mil pacientes com melanoma (câncer de pele), deram uma nova injeção de ânimo no campo.
De acordo com o anúncio, 22% dos pacientes tratados com uma droga imunoterápica desenvolvida pela empresa continuavam vivos após três anos de terapia, com resultados clínicos promissores. Os dados foram anunciados no Congresso Europeu de Câncer, em setembro.
“O que mais mudou neste ano foi que os clínicos passaram a aceitar que a imunoterapia pode funcionar. Foi mais uma mudança de visão do que racional”, disse o pesquisador José Alexandre Barbuto, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP). “Há muito tempo os imunologistas já dizem que sim, mas os clínicos sempre diziam que não.”
Em vez de atacar o tumor diretamente, a estratégia da imunoterapia é induzir o sistema imunológico do paciente a reconhecer células cancerígenas como uma ameaça e atacá-las - como costuma fazer com bactérias e outros seres estranhos ao organismo. Para isso, é preciso destravar um “freio” natural das células imunológicas moduladoras (células T), que as impede de atacar o tumor - que é feito de células do próprio organismo.
“O problema é que o freio não é específico para o câncer; é para tudo, por isso os efeitos colaterais da terapia são muito fortes”, afirma Barbuto. Ainda assim, os resultados acumulados de várias pesquisas mostram que “quando o sistema imune é engajado na briga, ele dá conta”. O desafio agora, conclui, é aprimorar a modulação do sistema, para tornar a resposta mais específica. Outros destaques do ano incluem uma nova técnica de edição de DNA e a descoberta da origem de raios cósmicos.
O tema é pesquisado desde a década de 1980, com altos e baixos - incluindo várias decepções. Em 2013, porém, resultados preliminares de um grande ensaio clínico conduzido pela Bristol-Myers Squibb, com mais de 1,8 mil pacientes com melanoma (câncer de pele), deram uma nova injeção de ânimo no campo.
saiba mais
Exame utilizado por Angelina Jolie para rastreamento de câncer é incluído na cobertura de planos de saúde brasileiros
Mãe deixa 'guia' para marido cuidar de filhas após sua morte por câncer
Afinal, o que é imunoterapia? Entenda sua atuação no combate ao câncer
Tratamento com imunoterapia ajuda no combate ao câncer e a doença de lúpus
Imunoterapia é nova revolução na luta contra câncer
“O que mais mudou neste ano foi que os clínicos passaram a aceitar que a imunoterapia pode funcionar. Foi mais uma mudança de visão do que racional”, disse o pesquisador José Alexandre Barbuto, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP). “Há muito tempo os imunologistas já dizem que sim, mas os clínicos sempre diziam que não.”
Em vez de atacar o tumor diretamente, a estratégia da imunoterapia é induzir o sistema imunológico do paciente a reconhecer células cancerígenas como uma ameaça e atacá-las - como costuma fazer com bactérias e outros seres estranhos ao organismo. Para isso, é preciso destravar um “freio” natural das células imunológicas moduladoras (células T), que as impede de atacar o tumor - que é feito de células do próprio organismo.
“O problema é que o freio não é específico para o câncer; é para tudo, por isso os efeitos colaterais da terapia são muito fortes”, afirma Barbuto. Ainda assim, os resultados acumulados de várias pesquisas mostram que “quando o sistema imune é engajado na briga, ele dá conta”. O desafio agora, conclui, é aprimorar a modulação do sistema, para tornar a resposta mais específica. Outros destaques do ano incluem uma nova técnica de edição de DNA e a descoberta da origem de raios cósmicos.