O uso da imunoterapia contra o câncer foi escolhido como o maior avanço científico do ano pela revista Science, da Associação Americana para o Avanço da Ciência (Aaas). A estratégia, que consiste em fazer com que o sistema imunológico dos pacientes reconheça e ataque células tumorais, deu provas concretas de que pode funcionar e tem potencial para revolucionar a Oncologia, de acordo com a publicação.
O tema é pesquisado desde a década de 1980, com altos e baixos - incluindo várias decepções. Em 2013, porém, resultados preliminares de um grande ensaio clínico conduzido pela Bristol-Myers Squibb, com mais de 1,8 mil pacientes com melanoma (câncer de pele), deram uma nova injeção de ânimo no campo.
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Em vez de atacar o tumor diretamente, a estratégia da imunoterapia é induzir o sistema imunológico do paciente a reconhecer células cancerígenas como uma ameaça e atacá-las - como costuma fazer com bactérias e outros seres estranhos ao organismo. Para isso, é preciso destravar um “freio” natural das células imunológicas moduladoras (células T), que as impede de atacar o tumor - que é feito de células do próprio organismo.
“O problema é que o freio não é específico para o câncer; é para tudo, por isso os efeitos colaterais da terapia são muito fortes”, afirma Barbuto. Ainda assim, os resultados acumulados de várias pesquisas mostram que “quando o sistema imune é engajado na briga, ele dá conta”. O desafio agora, conclui, é aprimorar a modulação do sistema, para tornar a resposta mais específica. Outros destaques do ano incluem uma nova técnica de edição de DNA e a descoberta da origem de raios cósmicos.