“Há uma mudança que mostra um número crescente de nascimentos para mães de 25 a 29 anos. Isso aponta que a natalidade está tendo um deslocamento para essas idades mais avançadas, apesar dela ainda ser jovem, se comparado com outros países, como Itália ou Portugal”, destacou Crespo.
De acordo com o IBGE, o grupo de mães em idade mais avançada também aumenta no país. As mulheres que se tornaram mães entre 30 e 34 somavam 14,4% em 2002. Dez anos depois, em 2012, o grupo representava 19%. Em um recorte regional, os dados revelam que a gravidez tardia é ainda mais frequente no Sudeste (21,4%) e no Sul do país (20,7%).
Na outra ponta, o IBGE detectou que diminui o número de adolescentes grávidas entre 15 e 19 anos. “Isso vem se reduzindo em todo o país, mas tem ocorrido de modo mais acelerado no Sul e no Sudeste. No Norte ainda há proporções relevantes [de gestação] nesse grupo etário, em torno de 20%”, destacou o sociólogo.
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Segundo Crespo, entre os fatores que influenciaram a mudança de comportamento da mulher brasileira no que diz respeito à idade em que engravidam está o maior grau de escolaridade da mulher, maiores oportunidades de emprego e queda nas taxas de fecundidade: “São esses fatores sociais que impulsionam a maternidade em idades mais avançadas”.
A taxa de fecundidade da brasileira, de acordo com o IBGE, caiu de seis filhos por mulher na década de 1960 para 1,9 filho, em 2010.