Saúde

Dor que desce até o pé pode ser inflamação do nervo ciático

O quadro, muitas vezes, é desencadeado por uma hérnia de disco e o tratamento para a inflamação é o chamado conservador, o corpo resolve o problema por si só

O nervo ciático é o maior do corpo humano. Responsável pelos sentidos e pelos movimentos das pernas, começa na região lombar, é composto por raízes nervosas que saem da coluna vertebral, juntam-se e passam pela pelve, pela coxa, pela panturrilha, até terminar no tornozelo, ainda que suas ramificações cheguem até a sola dos pés. Pelo tamanho do nervo, é possível ter uma ideia da dor que ele pode desencadear.


O principal problema relacionado ao nervo ciático é a sua inflamação. Ela pode acontecer por uma diversidade de fatores pouco relacionados aos membros inferiores. “A causa mais comum de dor relacionada ao ciático é uma inflamação secundária decorrente de uma compressão em qualquer nível de seu trajeto. Na maioria das vezes, essa compressão é resultado de uma hérnia de disco na região lombar”, diz o reumatologista Cleandro Pires. Mas a hérnia não é a única razão — outros responsáveis podem ser tumores, contraturas musculares, bicos de papagaio, quedas ou acidentes ou causas mais raras, como doenças autoimunes, que acabam agredindo o próprio nervo.

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Quando o disco sai do lugar, ocorre uma inflamação acompanhada de inchaço, que, por sua vez, comprime as raízes nervosas que compõem o ciático. O sintoma principal é a dor. O diagnóstico de problema no ciático não é difícil, uma vez que a dor passa no trajeto do nervo, e a maioria dos casos decorre da hérnia de disco, mas o complicado é definir o que está causando a compressão se a hérnia for descartada. “É feito um exame clínico e, para confirmar, uma radiografia da coluna. Se for insuficiente, uma ressonância magnética mostrará a origem da inflamação”, explica o ortopedista João Vicente Teodoro.

O tratamento para a inflamação é o chamado conservador — o corpo resolve o problema por si só. “Se a inflamação não estiver aliada a uma infecção, o organismo se encarrega de saná-la”, diz Cleandro. O que os médicos podem fazer durante a fase aguda é administrar anti-inflamatórios e analgésicos para ajudar a lidar com a dor, que, em alguns casos, pode obrigar o paciente a deixar as atividades diárias. “Fisioterapia e RPG ajudam na recuperação, uma vez que melhoram a postura e alongam os músculos. Acupuntura também pode contribuir”, afirma João Vicente. O repouso auxilia a melhora, já que alivia a pressão intradiscal, mas, em geral, não é recomendado por mais que cinco ou seis dias. Tempo demais no leito pode causar problemas adicionais musculo esqueléticos.