A pesquisa inclui o uso de álcool e tabaco, além de outras drogas lícitas e ilícitas. Para responder, não é necessário ser usuário de drogas e as perguntas incluem a preocupação dos participantes com parentes e amigos, por exemplo, e também a postura diante da descriminalização de algumas substâncias e as estratégias de redução de danos.
Um dos focos está no consumo de álcool – na edição de 2012, a maioria dos respondentes com hábitos que indicavam dependência severa responderam que consideravam seu consumo igual ou menor que a média.
No Brasil, o levantamento é coordenado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Para iniciar, basta acessar o endereço www.globaldrugsurvey.com/GDS2014, clicar na bandeira de Portugal/Português, no lado direito da tela, e depois clicar em 'Continue'. O processo leva cerca de 15 minutos.
O levantamento abrange perguntas sobre o uso de drogas no último ano, no último mês e semana, a idade de início do consumo e como foi feita a compra da substância. Mas questiona também sobre atividades profissionais, opinião sobre a realização de exames de rastreamento em empresas, bem como hábitos de lazer e relações sociais. Algumas substâncias estimulantes e anfetaminas são tratadas no questionário por seus apelidos, como noz moscada e sálvia.
O GDS é uma iniciativa que existe há mais de dez anos, liderada pelo Kings College, de Londres. Há três anos, o levantamento passou a incluir outros países e o Brasil entrou para a lista após dados da ONU apontarem o crescimento do uso de estimulantes no país.
Os resultados devem ser divulgados em março de 2014.
Lenad
No último dia 3, a Unifesp divulgou os resultados do último 'Levantamento Nacional de Famílias dos Dependentes Químicos' (Lenad Família). Segundo a pesquisa, ao menos 28 milhões de pessoas no Brasil têm algum familiar que é dependente químico e os pesquisadores estimam que 5,7% dos brasileiros sejam dependentes de drogas. O índice corresponde a pouco mais de 8 milhões de pessoas. A pesquisa, inédita no país, foi feita entre junho de 2012 e julho de 2013 com 3.142 famílias de dependentes químicos em tratamento, em 23 capitais de todas as regiões.
A Universidade já realizou outros três levantamentos, demonstrando inclusive que o Brasil era o segundo consumidor mundial de cocaína e derivados, atrás apenas dos Estados Unidos. Os pesquisadores apostam, no entanto, que o projeto GDS será mais abrangente, por ser feito pela internet, de forma anônima; e não por meio de entrevistas. Quase 80 mil pessoas já responderam ao questionário em todo mundo. Para que um país seja incluído na análise dos resultados, são necessários no mínimo cinco mil participantes.