As temperaturas já anunciam o verão. Para quem não teve tempo de se livrar definitivamente dos pelos indesejados para curtir a chegada da estação na beira da piscina ou na praia, a alternativa é a boa e velha cera quente. Apesar de ser um dos métodos mais antigos de depilação, o uso de cera ainda está rodeado de dúvidas, mitos e algumas importantes verdades que muitos insistem ignorar. Para que a técnica seja a mais segura e não traga nenhuma complicação, é fundamental ficar ligado nas dicas dos especialistas.
A primeira delas é quanto à preparação necessária antes de iniciar a remoção dos pelos. Ao contrário do que muitas mulheres pensam, algumas providências são importantes para o sucesso do procedimento. “Não é aconselhado vir depois de um dia inteiro de exposição ao sol. Também é importante não passar produtos como óleos e hidratantes, pois podem comprometer a retirada dos pelos”, alerta a depiladora técnica da Depyl Action Michele Keith de Oliveira Silva.
Como o ato de puxar a cera quente já estimula a produção de melanina – pigmento responsável pela coloração da cútis – como forma de defesa, realizar a depilação depois de se expor à luz solar pode aumentar as chances de manchas e escurecimento da pele. “Seja pelo trauma de puxar a pele ou pelo próprio calor intenso da cera em algumas situações, é possível gerar um processo inflamatório que culmina com a produção de melanina, chamado de hipercromia pós-inflamatória”, explica a dermatologista Ana Cláudia de Brito Soares.
Esse é inclusive um dos grandes temores que rondam a técnica com cera e uma verdade, caso os cuidados necessários não sejam tomados. O principal deles é evitar o sol tanto na fase pré-depilação como depois do procedimento. “Com a retirada do pelo há também uma remoção superficial da proteção natural da pele”, lembra a proprietária da Wax Depilação, Eliane Roedel. Mais um fator de sensibilização da pele capaz de aumentar as chances de a área ganhar uma coloração inesperada.
Para regiões em que a incidência solar é praticamente impossível de ser evitada, como o rosto, o protetor solar deve ser priorizado. Sobrancelha, buço e outros locais exigem cuidado redobrado. “Muitas pessoas usam ácidos, que aumentam a sensibilidade da pele. Para evitar irritação e vermelhidão no local, é importante suspender a aplicação desses produtos pelo menos cinco dias antes”, alerta Michele. Passado o processo, é indicado retomar o uso dos ácidos e esfoliantes somente cinco dias depois.
O ideal é que outros produtos, como óleos e hidratantes, também sejam evitados. Como o poro fica muito exposto depois de retirado o pelo, qualquer partícula pode ser responsável pelo entupimento do folículo, causando a famosa foliculite. A inflamação dos poros abre brecha para um mito famoso, de que a técnica pode causar espinhas. A verdade é que as bolinhas que surgem no local são justamente a foliculite, e não acne. Por isso a importância de manter o local sempre limpo.
CRENDICE Também popularmente relacionada a varizes e flacidez, a depilação com cera quente não tem qualquer influência no rompimento de vasos ou envelhecimento da pele. “Não há qualquer relação. É impossível que o calor da cera estimule a vasodilatação ou gere qualquer lesão no colágeno. A aplicação da cera é muito superficial”, observa a dermatologista Ana Cláudia.
No caso das varizes, a causa pode estar tanto relacionada com a genética como com os hábitos de vida. Pessoas que ficam muito tempo em pé acabam comprometendo o funcionamento das válvulas responsáveis pelo retorno do sangue ao coração. “Incompetentes, essas válvulas acabam gerando acúmulo de sangue”, acrescenta Ana Cláudia. Para colocar os pingos nos is, o Estado de Minas esclarece quatro mitos e quatro verdades frequentemente relacionados à depilação com cera quente (veja quadro).
Enquanto isso...
… opção definitiva para pelos claros
Antes excluídos da fotodepilação, pessoas com pelos louros, ruivos e grisalhos podem estar perto de ter uma alternativa para depilação definitiva. Em vez de mapear a melanina no processo de eliminação dos pelos, uma empresa francesa desenvolveu um método que identifica a hemoglobina. O procedimento começa com a retirada mecânica dos pelos, seja por meio de cera seja por pinça. Feito isso, pontos avermelhados surgem no fundo do folículo. Trata-se da hemoglobina estimulada pelo trauma da extração. Um aplicador modulado atinge essa hemoglobina, que passa a desempenhar o mesmo papel do pelo no método tradicional, que é de levar a energia para o folículo piloso, causando sua cauterização.