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Além de reversível, a técnica não comprometeu o desempenho sexual das cobaias. “Isso resolve talvez o maior obstáculo na busca por um contraceptivo masculino socialmente aceitável”, avaliaram os autores no texto publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas). Nos experimentos, 50% dos ratinhos ficaram estéreis com a supressão da alfa1A-adrenérgico e 86%, com a da P2X1-purinoceptor. “Tal diminuição da fertilidade sugere que essas metas são receptores realmente importante para a reprodução. No entanto, a infertilidade masculina teria de ser de 100% em estudos pré-clínicos para uma nova terapêutica em seres humanos”, ponderaram os pesquisadores.
O procedimento também apresentou efeitos colaterais menos agressivos que outras substâncias estudadas. As pesquisas nessa área têm se concentrado na possibilidade de os homens passarem a produzir espermatozoides não funcionais. Os medicamentos em testes, no entanto, podem alterar permanentemente o esperma, interferir no apetite sexual e causar até a infertilidade.
Submetidos à técnica australiana, os camundongos apresentaram uma queda “muito pequena” na pressão sanguínea. Alterações no volume da ejaculação também são consideradas pelos pesquisadores. “Os espermatozoides retirado dos camundongos foram analisados microscopicamente e estavam normais e móveis (…) além disso, foram capazes de produzir descendência normal quando implantados em óvulos”, relataram os cientistas.
Até a técnica de “armazenar espermatozoides” chegar às farmácias, serão necessários pelo menos mais 10 anos de estudo, estimam os pesquisadores. Um dos desafios é descobrir como silenciar as proteínas em humanos. Eles acreditam que um medicamento usado há muitos anos em pacientes com crescimento benigno da próstata pode provocar esse efeito e se transformar em uma alternativa viável e para a pílula anticoncepcional masculina.