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Segundo o médico Alberto Ogata, presidente da Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV), a sensação de cansaço passa pela percepção das pessoas, mas é preciso saber distinguir cansaço de fadiga. Esta última exige diagnóstico e acompanhamento médico, pois pode estar relacionada a problemas de saúde, como disfunções hormonais; questões psicológicas, mentais ou metabólicas; e mesmo alguma doença específica. “Pessoas com problemas pulmonares, depressão e problemas na tireoide tendem a ter maior sensação de cansaço. É preciso saber identificar se é um cansaço excessivo e procurar um médico”, diz.
Geralmente, fadigados têm dificuldade para exercer atividades do dia a dia, o que pode levar a erros, esquecimentos, irritabilidade, afetando a performance e os relacionamentos. “É um quadro que não pode ser simplesmente aceito. Se for um cansaço exagerado, ou se investiga ou se encontram maneiras de lidar com isso. Não dá simplesmente para esperar as férias, até porque o descanso delas dura pouco e as causas do cansaço persistem”, alerta o especialista, segundo o qual o primeiro passo é organizar a rotina para evitar a sobrecarga. Cuidar do sono, da alimentação e da atividade física também é essencial.
Mas, e quando já não dá para cortar nenhuma atividade? Nesse aspecto, as mulheres sofrem ainda mais. É o disseminado modelo em que ainda cabe a elas a maior parte dos cuidados com a casa e os filhos, adicionam tarefas para além dos compromissos profissionais. Isso, somado à rotina das grandes cidades, pode sugar as energias. A vida urbana, com sua oferta de programas e trânsito; a tecnologia, que leva as pessoas a estarem conectadas ao trabalho mesmo em casa; e a exigência de um mercado que quer pessoas cada vez mais capacitadas são alguns disseminadores do cansaço. E está difícil escapar deles.
A coordenadora de vendas Luciana Guimarães de Morais, de 42 anos, tem uma rotina e tanto. E não é diferente da maioria das mães que trabalham fora. O despertador toca às 5h40, só assim é possível enfrentar o trânsito e conseguir chegar ao trabalho às 7h30. O horário de almoço é corrido. Ela tem uma hora para se alimentar e resolver qualquer pendência. A jornada termina às 17h30, mas ela não gasta menos de 45 minutos para chegar em casa. São 12 horas fora de casa e ao chegar ela quer curtir a filha Manoela, de 6 anos. Mas ainda tem que ajudá-la com o dever de casa.
MARATONA
Luciana mora com os pais, o que já facilita sua vida. Mas cabe a ela deixar tudo da filha preparado para o dia seguinte: uniforme da escola, do balé, material do inglês. Duas vezes por semana ela dedica parte da noite à prática de uma atividade física. Os fins de semana são totalmente dedicados à filha, que já na quinta-feira começa a cobrar a programação. A sorte de Luciana é seu relógio biológico acostumado com poucas horas de sono. “Consigo descansar quando durmo. Sou completamente diurna, então não preciso de muitas horas e não tenho dificuldade para levantar.”
Uma vez por mês, quando Manoela passa o fim de semana com o pai, Luciana tem a oportunidade de ficar literalmente de pernas para o ar. Mas como não se permite ficar sem fazer nada e detesta bagunça, encontra nem que seja uma gaveta para arrumar. “Eu me regenero fácil, mas estou cansada. Essa rotina, o trânsito, o calor, tudo tira nosso tempo e nossa paz. Às vezes, acho que a gente até se acostuma a viver assim, mas tem hora que respiro fundo e me sinto morta”, desabafa Luciana, que está há mais de um ano sem férias e contando as horas para os cinco dias livres que vai ter neste mês.