“A nossa ideia é verificar o perfil genético comum a todos com artrose e poder rastrear quem tem um gene que possa identificar a pessoa com possibilidade de ter artrose", disse o responsável pela pesquisa, o ortopedista do Into, Eduardo Branco de Sousa.
O pesquisador informou que o trabalho é inédito e está usando também o banco de tecidos de pessoas mais jovens que morreram a fim de fazer estudos comparativos com outras faixas de idade. “O banco tem material de pacientes jovens sem artrose. A ideia é pegar as células dessas pessoas e cultivar com as células de pacientes doentes e ver se isso se reproduz de novo. Estamos tentando analisar o que tem de relação entre os tecidos da articulação para ver como a doença se manifesta. Até agora sabemos que ela é multifatorial”, explicou.
O ortopedista informou ainda que a artrose é uma doença degenerativa e que, por desconhecimento, muitos pensam que só atinge pessoas idosas. Ele disse que embora a maior incidência esteja na faixa acima dos 60 anos, a doença ataca também pessoas com obesidade e até atletas que fizeram esportes com alta intensidade em faixa etária mais baixa.
“Pessoas obesas têm um risco maior de ter artrose no quadril e joelhos por causa do peso. Pessoas que fizeram esporte de alta intensidade também têm sobrecarrega na articulação. Só que a gente identifica cada vez mais pessoas com menos de 60 anos procurando ajuda no hospital. A gente não sabe se as pessoas mais jovens estão tendo artrose mais cedo ou se antes elas não iam ao médico. Isso tudo na verdade é a nossa angústia”, ressaltou.
Pelos estudos feitos no Into, 57% dos 8.900 pacientes que aguardam cirurgias de quadril, de joelho, de mão e de coluna são pacientes que sofrem de artrose. O médico declarou que esse é o principal tratamento da doença. Ele explicou que a dor é o sintoma mais comum, principalmente, no início das atividades do dia quando a pessoa levanta da cama, mas durante o dia, com o movimento, a tendência é diminuir.
“Com a evolução da doença a dor passa a aparecer também durante o movimento e depois inclusive em repouso. Um outro sinal é que depois disso a pessoa fica com as articulações rígidas e chega a perder os movimentos”, disse, explicando os sintomas do agravamento da artrose.