Os pesquisadores da Universidade Metodista de Dallas fizeram o estudo com 135 casais recém-casados para medir as atitudes conscientes e aquelas respondidas de maneira automática a respeito do cônjuge. No primeiro caso, eles viam fotos do(a) parceiro(a) e tinham de descrever o casamento a partir de 15 pares de adjetivos, como bom/ruim e satisfeito/insatisfeito. Essa era uma avaliação consciente, pois os recém-casados sabiam muito bem o que estavam fazendo.
Já para avaliar as atitudes automáticas, aquelas ditas sem pensar, os cientistas mostraram fotos novamente, mas dessa vez misturadas a de outros indivíduos, sendo que cada imagem aparecia em 300 milésimos de segundo. Sem saber conscientemente o que estavam vendo, os recém-casados também tinham de indicar, o mais rápido possível, o que aquelas fotos significavam para eles, usando os mesmos pares de adjetivos.
Segundo os pesquisadores, as respostas automáticas previam melhor quem ficaria mais tempo casado. Durante quatro anos, os voluntários informaram aos cientistas se estavam ou não satisfeitos com o casamento. “As atitudes automáticas, não as conscientes, anteciparam as mudanças na satisfação marital. Cônjuges com atitudes automáticas mais positivas eram menos propensos a experimentar declínios na satisfação marital ao longo do tempo”, escreveram os pesquisadores. O inverso também ocorreu: aqueles que, no início do casamento, avaliavam os companheiros de forma negativa inconscientemente foram os que, mais tarde, relataram que a relação não ia nada bem.
Para os autores do estudo, que teve como objetivo validar a teoria das atitudes automáticas no campo da psicologia social, na prática, a pesquisa deixa uma lição: na hora de tomar uma atitude, considere ouvir o que aquela voz interna, muitas vezes ignorada, tem a dizer.
"As atitudes automáticas, não as conscientes, anteciparam as mudanças na satisfação marital. Cônjuges com atitudes automáticas mais positivas eram menos propensos a experimentar declínios na satisfação marital ao longo do tempo”
Trecho do estudo
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