De acordo com o estudo, o percentual de fumantes de todos os produtos de tabaco com pelo menos 15 anos e menos de sete anos de escolaridade é duas vezes maior do que o identificado entre aqueles que cursaram no mínimo um ano do ensino superior. Em todo o período analisado, a diferença no risco de morrer por doenças fortemente associadas ao tabagismo, como o câncer de pulmão, foi pelo menos duas vezes maior entre as pessoas com menos de oito anos de estudo em comparação àquelas que frequentaram os bancos escolares por mais tempo.
O estudo, com dados de 1989 a 2008, foi feito simultaneamente no México e no Uruguai. No Brasil, o Centro de Estudos sobre Tabaco e Saúde da Escola Nacional de Saúde Pública fez a sondagem e contou com a parceria da Aliança de Controle do Tabagismo (ACT) e da Universidade Federal Fluminense (UFF). Para a diretora executiva da ACT, Paula Johns, os dados indicam a necessidade de novas ações de combate ao tabagismo. “Além de avançar na implementação das políticas públicas clássicas, como aumento de preços, ambientes livres de fumo e proibição de publicidade e de aditivos nos cigarros, é necessário pensar em iniciativas que cheguem às camadas populacionais mais vulneráveis, tratando-as como um determinante social de saúde.” Os resultados foram apresentados na última terça, na UFF, durante a Jornada Internacional sobre Impostos, Preços e Políticas de Controle do Tabaco.