Saúde

Forma mais agressiva do HIV faz doença progredir mais rápido

A variedade mais agressiva do HIV foi descoberta na África Ocidental. Chamada A3/02, é uma fusão de duas cepas muito comuns do vírus

Agência Estado

Até agora, a nova cepa foi encontrada somente na África Ocidental
Uma nova variedade mais agressiva do vírus HIV descoberta na África Ocidental causa uma progressão mais rápida da síndrome da imunodeficiência adquirida (aids), declararam nesta terça-feira pesquisadores suecos da Universidade de Lund.


A nova variedade do vírus causador da aids, chamada A3/02, é uma fusão de duas cepas muito comuns do vírus, encontrado em Guiné-Bissau em estudos de longo prazo acompanhando pessoas soropositivas no país. Até agora, a nova cepa foi encontrada somente na África Ocidental.

"Indivíduos infectados com o novo tipo do vírus desenvolvem aids dentro de cinco anos, o que é cerca de dois anos a dois anos e meio mais rápido do que a doença causada por uma das cepas que deram origem", disse a cientista responsável pelo estudo Angélica Palm.

Vírus recombinantes têm origem quando uma pessoa é infectada por duas formas diferentes, cujo DNA se funde para criar um novo tipo. "Estudos mostram que sempre que há um recombinante, ele parece ser mais agressivo do que as cepas parentais", diz Palm no estudo publicado no Journal of Infectious Diseases.

Segundo os pesquisadores, a velocidade com que a A3/02 leva as pessoas adoecerem não tem impacto sobre a eficácia dos medicamentos. "Até onde sabemos, os medicamentos disponíveis hoje no mercado funcionam igualmente para todas as formas do vírus HIV", explica Palm.

O estudo adverte que tais cepas recombinantes podem estar se espalhando com velocidade, especialmente em regiões com altos níveis de imigração, como Europa e Estados Unidos.

A nova forma de vírus foi descoberta em 2011 pelo grupo sueco em Guiné-Bissau.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 35 3 milhões de pessoas pelo mundo são infectadas pelo HIV, que destrói o sistema imunológico e causou mais de 25 milhões de mortes desde seu surgimento, no início dos anos 1980.