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“O uso do medicamento nesses ratos aumentou em maior potência a motivação em uma busca por obter drogas. A potência desses liberadores sugere que as variações individuais dos níveis do metilfenidato na população podem predizer suscetibilidade ao abuso de compostos como a metanfetamina”, destaca, no texto divulgado, Sara Jones, pesquisadora da Wake Forest School of Medicine. Apesar de a análise demandar mais pesquisas, os cientistas envolvidos no estudo acreditam que o trabalho poderá contribuir para uma melhor administração do medicamento.
A ritalina é geralmente prescrita para o tratamento do deficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e da narcolepsia. O primeiro é uma síndrome caracterizada pela desatenção, hiperatividade e impulsividade. A narcolepsia é um distúrbio que provoca sonolência excessiva durante o dia, mesmo quando a pessoa dormiu bem à noite.
Abusos
Para Philip Asherson, professor de psiquiatria molecular do Centro de Psiquiatria Genética e de Desenvolvimento do Instituto de Psiquiatria do King’s College London, a pesquisa americana pode ajudar a aperfeiçoar o tratamento do TDAH. “As pessoas podem pensar, pelos resultados desse estudo, que crianças tratadas com metilfenidato para o TDAH estão em risco de vício. Mas, na verdade, o documento esclarece que as crianças com TDAH não tratadas podem estar em risco de dependência, devido aos altos níveis de transporte de dopamina”, ressalta.
De acordo com o especialista, o estudo também aponta que, quando o metilfenidato é ingerido por via oral e em doses terapêuticas usuais, não há consequências neuroquímicas perceptíveis. “Os problemas potenciais poderiam, no entanto, ocorrer quando há abuso no uso dessa substância, quando ela é, por exemplo, ingerida em doses elevadas e/ou por outros métodos, como a injeção.”