A cepa foi identificada em uma jovem de 20 anos e apresenta uma virulência relativamente fraca, mas os pesquisadores apontam para o risco de 'recombinação' com outros vírus, o que pode torná-la perigosa.
A jovem infectada, do centro de Taiwan, foi internada com sintomas de gripe e falta de ar em maio de 2013. Ela reagiu bem ao tratamento com Tamiflu e se recuperou plenamente, revela um artigo publicado na edição desta quinta-feira da revista médica The Lancet Respiratory Medicine.
A análise genética estabeleceu que o vírus em questão é próximo ao H6N1, que circula em Taiwan desde 1972 entre aves de granja.
Mas o A/H6N1 apresenta uma mutação (G228S) na hemaglutinina ("H"), uma proteína da sua superfície, que lhe permite se fixar nas células humanas.
Esta modificação do vírus, que amplia sua afinidade com o receptor humano nas vias respiratórias superiores, o torna muito mais infeccioso entre a população.
Os pesquisadores destacam que a mulher em questão não viajou ao estrangeiro nos três meses precedentes à infecção e nem manteve contato com aves de granja ou selvagens. A origem da infecção permanece desconhecida.
"O H6N1 é um vírus pouco patogênico encontrado em aves selvagens e domésticas em vários continentes", destaca o Dr. Ho-Sheng Wu, do Centro de Controle de Doenças de Taiwan, coautor do estudo. Mas como continua a evoluir e a acumular modificações, representa um risco crescente para os humanos.