Eles também convivem com o preconceito do outro, que teme que o problema possa ser contagioso. “Doenças como a psoríase são inflamatórias, não infecciosas. De toda forma, a pele é, sem dúvida, um grande órgão de comunicação e, quando doente, expõe facilmente a pessoa a grande estigma”, comenta Lincoln Helder Zambaldi Fabricio, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Para saber como vivem os pacientes com psoríase no Brasil, e como eles lidam com a doença, acaba de ser lançado o estudo Appisot (Avaliação da gravidade da psoríase em placas em brasileiros em acompanhamento ambulatorial em centros de referência). Foram avaliadas mais de mil pessoas com o problema e cerca de 50% delas com manifestações moderadas a graves da doença.
A pesquisa concluiu que o mal causa grande impacto na vida do paciente. Muitos, 35%, deixaram de trabalhar e 70% tinham outras doenças associadas à psoríase que comprometem efetivamente a qualidade de vida dessas pessoas, como hipertensão, obesidade, colesterol aumentado, diabetes. “Trabalhos evidenciam maior incidência dessas doenças entre os pacientes. Alguns estudos ainda confirmam o risco aumentado de infarto do miocárdio entre eles. Outro ponto a destacar é o grau de introspecção do doente grave de pele, com maior grau de depressão, sedentarismo, obesidade, tabagismo e alcoolismo, o que leva diretamente ao aumento de síndrome metabólica e danos cardiovasculares e/ou arterioscleróticos”, alerta Lincoln.