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Cientistas acompanharam 8.709 homens com deficiência de testosterona, 1.223 dos quais haviam sido tratados para aumentar as taxas deste hormônio.
Depois de três anos, 19,9% dos integrantes do grupo que não ingeriu suplemento de testosterona (com 64 anos, em média) sofreram AVC, fatal ou não, contra 25,7% nos pacientes tratados com este hormônio (com média de 61 anos).
Esta diferença de 5,8 pontos percentuais corresponde a um aumento de 29% do risco, afirmaram os autores do estudo, entre eles Rebecca Vigen, da Universidade do Texas em Dallas (sul).
A pesquisa é publicada na edição desta quarta-feira no Journal of the American Medical Association (JAMA).
Mesmo levando em conta outros fatores de risco, o tratamento com testosterona foi relacionado a um risco maior de eventos cardiovasculares e de morte, afirmaram os pesquisadores.
"Estes resultados aumentam a preocupação sobre a segurança do tratamento com testosterona", sobretudo entre os homens com mais idade, escreveram os autores do estudo.
Segundo eles, o número de receitas para tratamentos com testosterona quintuplicou entre 2000 e 2011 nos Estados Unidos para 5,3 milhões de receitas, o que representa um mercado de US$ 1,6 milhão.
Esta terapia é recomendada para as pessoas com nível insuficiente de testosterona. Além da melhora da função sexual e a densidade óssea, este hormônio aumenta a massa e a força muscular.
"Não sabemos por enquanto se este risco maior diz respeito apenas a homens tratados com testosterona para suprir uma deficiência ou aos jovens, que fazem uso para aumentar sua força física, já que não tem sido feitos estudos de segurança de longo prazo sobre este tratamento", disse Anne Cappola, da Universidade da Pensilvânia, em um editorial também publicado em JAMA.
A cientista destacou que "os homens do estudo que tomaram testosterona eram mais saudáveis que os de do outro grupo, mas no entanto sofreram eventos cardiovasculares mais graves e mortais".
Segundo ela, um teste clínico que será feito com 800 homens com mais de 65 anos com deficiência de testosterona, entre os quais a metade tomará este hormônio e a outra metade, um placebo durante um ano, poderá fornecer informação valiosa sobre o risco deste tratamento.
Na espera destes resultados, "os médicos e os pacientes devem ter cuidado", recomendou Cappola.