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“Você não consegue oferecer produtos mais saudáveis para 200 milhões de habitantes sem estabelecer uma forte parceria com a indústria. É impossível atingir esse objetivo sem estimular a indústria alimentícia a pesquisar e inovar para oferecer alimentos saudáveis”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na formalização do acordo. Dados de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o brasileiro consome, em média, 12 gramas (g) diárias de sal. O ideal recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de apenas 5g por dia. O consumo excessivo de sódio, presente no sal de cozinha, está relacionado a problemas de saúde como hipertensão e acidente vascular cerebral (AVC). “Quando o ministério iniciou, em 2011, essa estratégia em conjunto com a indústria de alimentos, nós tínhamos clareza dos fatores que precisam ser trabalhados para diminuir o problema das doenças crônicas, como a hipertensão”, completou Padilha. O ministro informou ainda que o açúcar deve ser o próximo produto a ser objeto de controle, em acordo com a indústria.
A maior redução se dará no queijo muçarela. Até 2016, o produto deverá perder 68% do sal. O requeijão cremoso vem em seguida, com corte previsto de 63%. As menores reduções percentuais serão implementadas nos embutidos, como salsicha (-29,8%) e mortadela (-16%). Padilha esclareceu que a redução deve ser feita de forma cautelosa, tanto pela importância do sal como conservante, quanto para preservar o sabor dos alimentos. “Se você mexe muito num produto e altera o sabor, não adianta nada, o consumo pode cair. É muito bonito para mostrar no rótulo, mas ninguém está comendo”, exemplificou o ministro.
A adesão ao acordo é voluntária para os produtores de alimentos. Para verificar o cumprimento das metas entre os que aderiram ao programa, o MS analisa rótulos e dados fornecidos pelos fabricantes. Com o acordo, também fará testes laboratoriais. Nos próximos meses, a pasta começa a aplicar esse tipo de controle nos alimentos incluídos no acordo de 2011, que contempla produtos como bisnaguinhas e pães de forma.
Hipertensão
Aos 80 anos, a esteticista Maria do Socorro Santos faz parte de uma minoria: a dos brasileiros que conseguem envelhecer livre das doenças cardíacas. “Acho que é porque eu sempre tive essa preocupação em manter uma alimentação saudável, com muitos legumes e verduras frescas. Não sou fã desses alimentos prejudiciais”, conta ela. Segundo dados da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), quase 60% da população brasileira acima de 60 anos sofria de hipertensão em 2012. A doença atinge 24,3% da população.