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Há quatro anos, a autônoma Márcia Cristina Gonçalves de Souza, de 50 anos, teve que parar de beber cerveja por causa de uma medicação. “Como fiquei triste com a recomendação, o médico avisou que podia tomar aquela sem álcool”, conta. Não deu outra. A bebida caiu no gosto de Márcia, que, mesmo depois de largar os medicamentos, não soltou o copo. Inclusive, atualmente, está de dieta e a bebida não foi cortada. “Até meu marido, Edson Pena, que antes bebia a cerveja com álcool, passou a tomar sem. Meus amigos passaram a guardar latinhas e garrafas para mim durante os churrascos”, comemora, contando que o mais gostoso dessa história é beber sem culpa. “É uma forma saudável de se divertir. Não me dá sono, acompanho os amigos e não tenho ressaca no outro dia”, comemora.
Além desses benefícios citados por Márcia, a nutricionista Elisabeth Chiari, do Conselho Regional de Nutrição de Minas Gerais, , aponta a menor quantidade de calorias na cerveja zero. “Na bebida comum, a cada 1 mililitro há sete quilocalorias (kcal). Por isso, podemos dizer que ela é menos calórica, já que em uma lata de cerveja sem álcool há 90kcal”, compara. Mas, antes mesmo de ir pensando em beber a gelada como água, Elisabeth alerta que tanto naquela com álcool como na sem, está presente a cevada, considerada um carboidrato simples. “Ela aumenta a quantidade de açúcar no sangue. Por isso os diabéticos não devem tomar nenhuma das duas.”
Ainda de acordo com a especialista, apesar de ser uma opção para quem está de dieta e não quer perder o sabor de uma boa cerveja, é preciso ter cuidado. “É bom sempre observar os rótulos, pois a legislação brasileira permite que a loirinha sem álcool tenha 0,05% de álcool. Ou seja, se for tomada em grandes quantidades, a pessoa pode, sim, ser pega em uma blitz da Lei Seca”, avisa. Para a advogada Marília Medeiros Rezende, de 32, é difícil tomar muitas latinhas de uma cerveja sem álcool. Isso porque, de acordo com ela, o consumo sem álcool passa a ser menor. Grávida de cinco meses, ela passou a tomar a cerva zero por precaução e tem notado diferença. “Ela não me deixa empanzinada e parece que me dá menos fome. Sem contar que socializa”, defende.
De acordo com a nutricionista Elizabeth, a fome, que muitas pessoas sentem quando tomam uma bebida alcoólica, é proveniente da hipoglicemia causada pelo álcool. “A falta do açúcar no sangue nos dá vontade de querer comer algo, por isso muitos acabam caindo na tentação de comer frituras ou outros petiscos. Já com a cerveja sem álcool isso é reduzido”, compara.
Aliada na dieta
De acordo com a nutricionista funcional Ana Paula Fidélis, a cerveja sem álcool pode ser uma alternativa para quem sente falta da bebida. “Entretanto, em termos nutricionais, existem outras opções melhores no que diz respeito à melhora do metabolismo, da memória e do diabetes. Devemos observar a importância de um alimento em si e não somente em suas calorias. A cerveja sem álcool é melhor do que a convencional em termos de nutrição. Sabe-se dos inúmeros prejuízos do consumo de álcool, como a redução na capacidade de detoxificação pelo fígado e isso quer dizer uma maior propensão a doenças, como câncer, redução na absorção de vitaminas do complexo B, que estão relacionadas com a memória, concentração, disposição, energia e funcionamento do metabolismo”, diz, lembrando ainda do vício que pode causar o álcool.
Ana destaca que, para quem quer substituir a cerveja convencional, a sem álcool pode ser uma aliada no regime. “Mas se usada na mesma quantidade da tradicional, ela trará malefícios como inchaço, aumento de peso, ganho de gordura abdominal e sintomas como azia e dor de cabeça. Tudo na vida é questão de moderação e quantidade.”
ATLETAS
No ano passado, um estudo conduzido por pesquisadores alemães da Universidade Técnica de Munique investigou se a ingestão de cerveja sem álcool por três semanas antes e duas após a Maratona de Munique ajudaria a reduzir todo o processo inflamatório e a incidência de doenças do trato respiratório que normalmente ocorrem após uma prova tão puxada.
Um grupo de 58 corredores homens que não tomavam nenhum tipo de medicamento bebeu entre um litro e 1,5 litro de cerveja sem álcool por dia. E outro grupo de 63 corredores ingeriu uma bebida com os mesmos ingredientes da cerveja sem álcool, exceto os polifenóis. O consumo de cerveja sem álcool nas três semanas que antecederam e também duas após a maratona ajudaram a reduzir a inflamação pós-prova e também diminuíram o risco de ficar doente. Em outras palavras, cerveja sem álcool faz bem para o maratonista.