Ser ou não ser doador: conheça os mitos e ajude a aumentar a rede de solidariedade
Número de doares chegou a um número recorde no primeiro semestre deste ano, mas quantidade poderia ser muito maior
Estado de Minas
O número de doares chegou a um número recorde no primeiro semestre deste ano. De acordo com o levantamento da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), foram 13,3 em cada um milhão de habitantes. Apesar de ser expressiva, a quantidade de pessoas que ajudam a salvar a vida de brasileiros que estão na fila de espera para um transplante poderia ser muito maior. A principal barreira para o ato de solidariedade no Brasil é a recusa da família, gerada principalmente por desconhecimento.
Se você ainda pensa que a doação de órgãos é um tabu, informe-se antes de tomar a decisão. A seguir, o Grupo Novartis no Brasil derruba alguns mitos que cercam o tema.
Para me declarar doador, preciso disponibilizar a informação nos meus documentos
As informações que constavam no registro geral (RG) e na carteira nacional de habilitação (CNH) perderam a validade há mais de uma década. Em muitos casos, por falta de informação, as pessoas forneciam respostas negativas sem ao menos refletir sobre o assunto.
Para se tornar um doador, é preciso deixar um registro por escrito
Você só precisa informar seu desejo aos familiares, únicas pessoas que podem autorizar a doação sem que haja necessidade de deixar nada por escrito.
Se o médico souber que eu sou doador, não vai se esforçar para me salvar depois de um acidente
Além de não ter conhecimento sobre a decisão do paciente, a equipe médica que trabalha na emergência tem como prioridade salvar vidas. Apenas depois da morte encefálica comprovada e com o consentimento da família é que uma outra equipe médica, especializada em transplantes, é chamada.
A família de quem recebe o órgão é quem paga pela operação
Nenhuma das duas famílias – seja a do doador ou do receptor do órgão transplantado – tem qualquer tipo de despesa com a operação. O Sistema Único de Saúde (SUS) se responsabiliza pelos gastos e pelo fornecimento vitalício das medicações necessárias para evitar a rejeição do órgão transplantado.
A doação deixa marcas profundas no corpo, que atrapalham na hora do enterro
Como todos os órgãos doados são removidos por meio de cirurgia, o corpo dos doadores pode ser velado ou cremado normalmente.
Idosos ou pessoas que estavam doentes não podem doar órgãos
Todas as pessoas são consideradas potenciais doadores de órgãos, independentemente da idade ou do histórico médico. O fator determinante para a doação é única e exclusivamente a condição de saúde do doador depois de confirmada a morte encefálica. Mesmo doenças sexualmente transmissíveis, exceto Aids, não contraindicam a doação de órgãos, mas podem impedir a doação de sangue e tecidos.
Cada doador de órgão pode salvar uma única vida
Um único doador de órgãos salva, em média, de oito a 10 pessoas, podendo chegar a 20, com o transplante de córneas, coração, pulmões, rins, fígado, pâncreas, pele, ossos e válvulas cardíacas.