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Leia a reportagem completa:
Medo: nada é mais assutador do que sair da zona de conforto
Psicanalistas avisam que o medo é um sinal que precisa ser estudado
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Victor Mendes revela que o temor de subir ao palco e encarar a plateia dura, no máximo, até a segunda música. Depois só curte. Para tudo dar certo, ele tem ritual e põe em prática técnicas de relaxamento. Evita dormir antes dos shows e se concentra no aquecimento da voz. “É o que me faz ficar mais seguro, certo de que a voz vai funcionar. Além, claro, de ensaiar bem. Não gosto de dormir para ficar mais ligado, já que o sono relaxa demais, de forma profunda. Preciso estar ‘vivo’ no palco.” Acostumado a lidar com o medo, o músico revela a receita que o faz ter muitos fãs. “A repetição é fundamental, o faz sentir capaz, que é o primeiro passo. Depois, ter coragem para encarar o palco e dominá-lo depois da primeira, segunda canção, que é quando me situo e consigo fazer o show com segurança.”
Por outro lado, Victor enfatiza que é importante manter o frio na barriga. “Acredito que a ansiedade e o medo são próprios de pessoas responsáveis. Podem ser aliados. Tenho o privilégio de fazer o que gosto, cantar minha paixão pelos Beatles, e isso me leva para frente. Somado ao dom, tudo é mais fácil. Mas não abro mão da persistência.”
TOP MODEL
Aos 23 anos, com 1,80m de altura, 84cm de busto, 61cm de cintura e 88cm de quadril, as medidas da modelo mineira Larissa Corrêa garantem seu sucesso no mundo fashion há seis anos. Contratada da agência Mega Model Brasil, de São Paulo, o sonho de top model sempre a acompanhou, assim como o pavor das passarelas. Incompatíveis? Pelo contrário. Desafio que ela encara diariamente sem borrar a maquiagem. “A tensão é enorme. Sempre tive medo de cair, de o salto quebrar. Fico assustada. A mão fica suada.” Ao mesmo tempo, Larissa tem certeza de que nasceu para ser modelo. “Ao pisar na passarela, com todos me olhando, sendo o centro das atenções, as luzes, tudo muda e me sinto única. É como se ela fosse só minha. Sinto-me flutuando”, diz.
Estudante de psicologia, ela revela que a insegurança veio desde o início, ainda nas aulas de passarela. “Em desfile, é pior. Mesmo depois de seis anos ainda sinto medo. Mas procuro manter a calma e não deixo transparecer. No backstage converso para me distrair e, na hora da fila de entrada, me aquieto, busco a concentração. Assim, vivo meu sonho. É do que gosto de verdade e por isso o enfrento. E não tem satisfação maior do que vencê-lo.”
VOLANTE
Há oito anos ela tirou carteira de motorista e, mesmo com carro na garagem, nunca mais assumiu a direção. Cansada de encarar ônibus, pela necessidade de trabalhar, o desejo de conquistar a liberdade de ir e vir e elevar a autoestima, a pedagoga Silmara Roberta Felipe procurou a escola Dirigindo Bem para voltar a dirigir com segurança e prazer. “Tinha muito medo. Pensava na falta de prática, com receio de ocorrer um acidente, prejudicar alguém. Ele me travava. Na escola, tive acompanhamento psicológico e depois de dois meses recuperei a confiança. Antes me sentia incapaz, mas com força de vontade e sabendo que não era um problema só meu, superei.”
Feliz com a conquista, Silmara conta que agora vai para todo lugar de carro e já encarou até estrada de terra. Engarrafamento, então, é todo dia. E teve ainda a chuva. “A satisfação é enorme, mais ainda por saber do orgulho dos meus pais. Às vezes, ocorre uma situação no trânsito que me deixa em pânico, mas controlo a ansiedade e sigo em frente. Não vou ter uma recaída. Aliás, o lado bom do medo é que a pessoa fica mais cuidadosa, atenta e não passa do limite. Medo não é ruim. O excesso prejudica. Agora, me preparo para encarar a BR-381 para visitar meus pais.”
VOAR
A psicóloga Thailine Moreira Silva nunca teve perfil esportista e radical. Era daquelas que fugiam das aulas de educação física na escola. De altura, então, queria distância. No entanto, ao acompanhar uma amiga num voo duplo de parapente ficou instigada a experimentar. Ao ver a rampa de decolagem, íngreme, teve certeza de que “iria amarelar, não teria coragem”. Mas a chance de poder voar foi maior que o medo. “Fiz o voo duplo e amei. Tanto que decidi fazer o curso para tirar minha carteira. Se fiquei ansiosa e com medo do voo duplo, imagine voar sozinha? Encarei. Difícil explicar a sensação. Sempre pensei que era impossível voar. É incrível.”
Para ela, o medo faz parte e é impossível não temer. “No voo, ao mesmo tempo, sinto medo e prazer. Apesar dos cuidados, da segurança dos equipamentos, sabendo dos limites, até onde posso ir e o que tenho a aprender, também sei dos riscos.” Ela conta que, ao passar por situações apertadas, como um pouso malfeito, com impacto, o medo aflora. “O importante é vencê-lo. Aliás, ele é necessário para sermos cautelosos. E a maior recompensa é superá-lo.”