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O endocrinologista Flávio Cadegiani explica que o metabolismo de repouso e o metabolismo basal podem ser compreendidos como a mesma coisa. A diferença é mínima e relevante apenas em casos clínicos mais graves. O basal compreende a quantidade de calorias gastas com as atividades inerentes ao organismo, como a manutenção da temperatura do corpo, as atividades metabólicas e a atividade cerebral. Ao de repouso, acrescentamos atividades de movimento básico. “São pequenas diferenças conceituais: o basal é aquele no qual o corpo está imóvel, e o de repouso, o que você se movimenta normalmente, mesmo sem atividades físicas”, completa Flávio.
Considerando a definição que une as duas formas de metabolismo, é possível calcular uma taxa que mostra o gasto calórico do organismo em sua rotina “normal”, sem exercícios físicos, por exemplo. Essa taxa é influenciada por diversos fatores, entre eles, peso, altura, superfície corporal, idade, sexo, constituição corporal (quantidade de massa magra e gorda), além, é claro, do tipo de alimentação de cada pessoa.

A estilista Anna Paula Osório, 42 anos, procurou um endocrinologista, pois queria emagrecer com saúde. Após tentar várias dietas sem obter resultado e se submeter a um procediemento cirúrgico, desconfiou que poderia sofrer de alguma disfunção hormonal, que estaria atrapalhando o processo de emagrecimento. A operação pela qual passou consiste na retirada da glândula que produz a grelina, hormônio que estimula a ingestão alimentar e reduz o gasto de gordura, auxiliando, assim, na perda de peso.
O especialista se mostrava como uma saída. Ele poderia, inclusive, passar uma dieta personalizada. O tratamento de Anna Paula envolveu diversas etapas. Para aumentar a taxa metabólica de repouso, fez uso de medicamentos por seis meses, além de modificar a alimentação e fazer atividades físicas. Com o tratamento, a estilista perdeu 57kg em oito meses e, hoje, livre dos medicamentos, apenas trabalha para manter o peso e as taxas em equilíbrio. “Foco e disciplina são as palavras-chave. Hoje, eu sou outra pessoa e acho que a orientação profissional é a melhor coisa, porque senão você acaba desequilibrando todo o organismo”, afirma.
O acompanhamento médico é importante, pois tentar controlar a própria taxa de repouso pode ser confuso. “A taxa metabólica basal depende dos hormônios, da oferta, da disposição de alimento. Quanto maior a alimentação, maior a taxa. Quando o organismo nota que tem grande oferta de alimento, sente-se mais à vontade para gastar e consome mais”, explica Flávio. Mas, então, surge a dúvida: se uma maior alimentação aumenta a taxa, por que engordamos? A resposta é simples: por mais que a taxa aumente, a quantidade de calorias ingerida acaba sendo maior.
Quanto à atividade física, o endocrinologista faz uma ressalva: “A atividade física contínua e programada, sem excessos, aumenta essa taxa. No entanto, quando há excessos, o corpo vê aquilo como uma situação de risco e diminui a taxa de metabolismo basal, pois entende que precisa guardar o restante de caloria”.
O nutrólogo Roberto Franco do Amaral monta a dieta de seus pacientes com base, inicialmente, na taxa de metabolismo de repouso. A medição é feita por meio da biopedância tetrapolar, que leva em consideração fatores como a água do corpo, a massa muscular — magra e gorda —, além de sexo, idade e altura. “A medição é o primeiro passo na hora de montar uma dieta, que é calculada a partir da taxa e definida de acordo com o objetivo”, explica.
O segundo passo, de acordo com Roberto, é entender como o alimento se comporta em cada organismo, dividindo a dieta em carboidratos, proteínas e gorduras. A proteína tem o maior poder de aumentar a taxa de metabolismo basal, seguida da gordura e, por último, do carboidrato. Essa divisão depende muito de cada pessoa, o que mais uma vez comprova a importância do acompanhamento médico. “A massa muscular define a quantia de energia que você gasta em repouso. Quanto mais massa muscular, maior o metabolismo de repouso. Mas isso tem que ser verificado por um profissional”, completa Roberto, que esclarece ainda sobre a importância das calorias ingeridas para que o organismo não sofra com a falta de nutrientes necessários.
Como calcular a taxa de metabolismo de repouso
Taxa de atividade:
Sedentários = 1.2 (pouco ou nenhum exercício)
Levemente ativo = 1.375 (exercício leve, de um a três dias por semana)
Moderadamente ativo = 1.65 (exercício moderado, faz esportes três a cinco dias por semana)
Altamente ativo = 1.725 (exercício pesado, de cinco a seis dias por semana)
Extremamente ativo = 1.9 (exercício pesado diariamente, de até duas vezes por dia)
Taxa de atividade:
Sedentários = 1.2 (pouco ou nenhum exercício)
Levemente ativo = 1.375 (exercício leve, de um a três dias por semana)
Moderadamente ativo = 1.65 (exercício moderado, faz esportes três a cinco dias por semana)
Altamente ativo = 1.725 (exercício pesado, de cinco a seis dias por semana)
Extremamente ativo = 1.9 (exercício pesado diariamente, de até duas vezes por dia)
Cálculo para homens:
MB (metabolismo basal)
=
Taxa de atividade X 66
+
13,7 X o peso (kg)
+
5 X a altura (cm)
-
6,8 X a idade (anos)
Cálculo para mulheres:
MB
=
Taxa de atividade X 655
+
9,6 X o peso(kg)
+
1,8 X a altura (cm)
-
4,7 X a idade (anos)
=
Taxa de atividade X 66
+
13,7 X o peso (kg)
+
5 X a altura (cm)
-
6,8 X a idade (anos)
Cálculo para mulheres:
MB
=
Taxa de atividade X 655
+
9,6 X o peso(kg)
+
1,8 X a altura (cm)
-
4,7 X a idade (anos)
Nota: outra opção é entrar em sites de saúde que disponibilizam calculadoras automáticas, nas quais é preciso apenas inserir suas informações. Sugestão: https://www.portalunimed.com.br/portalunimed/aplicativos/tmb/