Pesquisa sugere uso de células-tronco para recuperação de queimaduras

Os experimentos ainda não foram feitos com humanos, mas apresentaram resultados promissores em ratos

por Vilhena Soares 15/10/2013 11:01

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Um estudo divulgado na semana passada sugere o uso de células-tronco para intervenções na pele. Cientistas da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, usaram essa estrutura para potencializar a recuperação de queimaduras. Os experimentos ainda não foram feitos com humanos, mas apresentaram resultados promissores em ratos.

A ação de uma proteína chamada hypoxia 1 (HIF-1 ), responsável pela liberação de células-tronco, explica o benefício. Por meio de terapia gênica, os cientistas manipularam e potencializaram a função da HIF-1 em camundongos idosos. “Mudamos o sistema dela para alcançarmos melhor cicatrização de queimaduras”, explica John Harmon, um dos pesquisadores do estudo e professor do Departamento de Cirurgia da faculdade americana. “Os animais que receberam a terapia de combinação mostraram um melhor fluxo de sangue nos vasos sanguíneos que chegavam às feridas.”

Harmon explica que a pesquisa terá continuidade e que a intenção é usar a terapia em diferentes tipos de ferimento. “O nosso tratamento é especialmente projetado para melhorar a cicatrização em idosos. Trabalhamos nesses experimentos com o foco em queimaduras, mas esperamos que essa estratégia possa funcionar para muitos tipos de feridas, incluindo as úlceras do pé, que são um grande problema para as pessoas com diabetes.”

Para Marco Andrey Frade, estudos que buscam o tratamento de feridas podem trazer bastantes avanços em tratamentos dermatológicos, apesar de ainda serem incipientes na ciência.

“Cabe destacar os trabalhos envolvendo cicatrização de feridas cutâneas. Na cirurgia plástica, por exemplo, há estudos que utilizam células-tronco derivadas de células adiposas para melhorar a recuperação em lipoenxertia (enxerto de gordura) e reconstrução de mama. Os resultados, no entanto, ainda são bastante preliminares e têm caráter de investigação”, complementa.