No momento de uma lesão, o corpo humano põe um freio na dor aguda promovendo a liberação de opioides. Sem eles, a experiência dolorosa após uma cirurgia ou qualquer outro tipo de trauma seria muito pior. Essas substâncias podem ser derivadas do ópio ou produzidas naturalmente pelo corpo, como a endorfina e a dinorfina. Algumas vezes, porém, mesmo com a ação delas, a dor aguda pode progredir para crônica, para a qual não há tratamento.
De acordo com estudo publicado, no mês passado, na Science, o alívio nesse caso pode estar intrinsecamente ligado à permanência da dor. Pesquisadores do Departamento de Fisiologia da Universidade de Kentucky (EUA) mostram que a dependência corporal a opioides naturais do organismo pode contribuir para o surgimento das dores crônicas. O grupo liderado por Gregory Corder acredita que o bloqueio do uso excessivo de opioides naturais pelo organismo poderia impedir a transição para condições mais graves.
Para explorar o papel dos opioides na dor crônica, os pesquisadores produziram uma inflamação nas patas de camundongos. A estratégia provocou dor, que foi diminuindo ao longo dos dias com a ajuda de opioides naturais. Em seguida, foram administrados bloqueadores dos receptores de opioides. As drogas ressuscitaram os comportamentos associados à dor e à ativação neuronal de dor nas espinha dos animais mesmo quando lesão foi causada há mais de seis meses.
Dessa forma, os cientistas identificaram um receptor específico para o opioide que medeia a inibição da dor de longo prazo. Em camundongos com dor crônica, esse receptor parecia estar preso em um estado “ligado” ininterruptamente. Quando foi fornecido um bloqueador a opioide, as cobaias exibiram sinais clássicos de abstinência aos opiáceos, como agitação e tremores.
Os pesquisadores descobriram que o bloqueio do receptor não apenas inicia a dor e a transmissão dela, como também a produção de uma proteína-chave encontrada na medula espinhal e conhecida por contribuir para a dor e sua dependência crônica. Eles sugerem que, embora a dor aguda seja mantida sob controle com a presença desses receptores, é possível que também possa fazer com que o corpo se torne dependente dos próprios analgésicos, contribuindo para o desenvolvimento da dor crônica.
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Para explorar o papel dos opioides na dor crônica, os pesquisadores produziram uma inflamação nas patas de camundongos. A estratégia provocou dor, que foi diminuindo ao longo dos dias com a ajuda de opioides naturais. Em seguida, foram administrados bloqueadores dos receptores de opioides. As drogas ressuscitaram os comportamentos associados à dor e à ativação neuronal de dor nas espinha dos animais mesmo quando lesão foi causada há mais de seis meses.
Dessa forma, os cientistas identificaram um receptor específico para o opioide que medeia a inibição da dor de longo prazo. Em camundongos com dor crônica, esse receptor parecia estar preso em um estado “ligado” ininterruptamente. Quando foi fornecido um bloqueador a opioide, as cobaias exibiram sinais clássicos de abstinência aos opiáceos, como agitação e tremores.
Os pesquisadores descobriram que o bloqueio do receptor não apenas inicia a dor e a transmissão dela, como também a produção de uma proteína-chave encontrada na medula espinhal e conhecida por contribuir para a dor e sua dependência crônica. Eles sugerem que, embora a dor aguda seja mantida sob controle com a presença desses receptores, é possível que também possa fazer com que o corpo se torne dependente dos próprios analgésicos, contribuindo para o desenvolvimento da dor crônica.