No último mês o neurologista paulista Glauco Filellini, de 52 anos, e a esposa, a fisioterapeuta Fernanda Corbari, de 36, realizaram um sonho inusitado: ver um ensaio sensual dela, feito por ele, na capa de uma publicação masculina de grande circulação. Usar do artificio das fotos sensuais tem sido uma alternativa de muitos casais em busca de alguma forma para esquentar o relacionamento – a diferença é que a maioria delas não acaba em grandes publicações, como foi o caso de Fernanda e Glauco. Mesmo assim, elas se provam eficientes para dar uma esquentada na relação. Contudo, para evitar decepções e problemas indesejáveis, é fundamental, antes de tudo, escolher bem um profissional e conhecer bem seu companheiro.
Com as fotos, feitas em meio à neve chilena, Fernanda não teve esses problemas. O fotógrafo foi o próprio marido que foi co-autor da ideia. Para o casal, a exposição não é puro exibicionismo – é também a confissão pública da 'fórmula da felicidade' do casamento deles. “Acho que trazer as fantasias que temos para dentro do casamento é o segredo para manter o relacionamento quente”, garante Glauco.
Depois de 13 anos e dois filhos, dá para acreditar que a fórmula funciona. Essa foi a segunda vez que fotos de Fernanda feitas por Glauco, que também faz free-lance como fotografo, são usadas na revista, mas a primeira vez que a loira ganha a capa. “Da primeira rolou um ciúmes de compartilhar ela, mas dessa vez não. A gente tem um pacto de fazer tudo juntos, então eu já estava preparado. Rolaria um ciúmes se ela fizesse as fotos sem mim”, brinca.
“Acho que o casal tem que ter cumplicidade, cuidar todo dia do relacionamento. Para manter o casamento saudável as pessoas têm que aprender a trazer as fantasias para dentro, no lugar de procurar outras pessoas para realizá-las. Com a gente é assim. Ela é exibicionista e eu gosto de exibi-la”, completa.
Estímulo
A psicoterapeuta e sexóloga Cida Lopes ressalta que a fantasia é essencial para a relação. “Ela preserva o espaço do homem e da mulher no relacionamento. Ao longo do dia a mulher tem que ser mãe, trabalhadora, dona de casa, então é importante não perder o estímulo erótico na relação dos dois”, diz. Especialmente para a mulher, o dia passa como se sexo não fizesse parte da vida. “Esse estímulo não deixa o erótico adormecer e esse é um desafio nas relações”, completa.
Mas e quando a ideia é surpreender o outro? De acordo com a sexóloga, em todas essas demonstrações eróticas, é necessário que a pessoa que tomou a iniciativa esteja atenta à dinâmica do casal. “Senão o resultado pode ser o contrário do esperado e, nesses casos, a frustração é dupla”, destaca.
Cuidado
A dica é pensar se o companheiro(a) aceitaria a surpresa ou a acharia vulgar. “As vezes ela está superando limitações e toma um atitude de ousadia para receber apoio e festa do outro lado. Quando a reação é contrária é quase um trauma e pode originar uma dificuldade ainda maior no relacionamento”, explica.
E ao contrário do que o imaginário popular nos leve a crer, muitos homens não apreciam esse tipo de atitude. “Já fiquei sabendo da experiência de uma cliente que nos procurou, mas acabou fechando com outra pessoa, que ao entregar o álbum para o companheiro ficou super decepcionada. Ela ficou super empolgada mas ele achou vulgar e disse que era coisa de vagabunda”, conta Well Brito, de 36 anos, fotógrafo e sócio na Mirar Fotografia.
Sedução
Há cerca de sete meses, ele foi surpreendido pela esposa a enfermeira Fernanda de Oliveira Silva, de 34 anos, que apostou em álbum próprio para presenteá-lo. “Achei lindo, acho minha esposa linda e só aumentou o que eu sinto por ela. Sem dúvida alguma, só ajuda o casamento”, confessa.
Por mais que o amor e o desejo ainda existam, as tarefas do dia a dia não criam nem incentivam uma imagem sedutora de nenhuma das partes. O estilo de fotografia sensual em alta no mercado fotográfico realça a sutileza e o erótico da mulher, sem vulgarizá-la. “Mesmo em um dia especial, em que ela se arruma só para mim, é muito diferente ver as fotos assim, o cuidado das poses e luz. Só de lembrar fico animado. No dia ela me entregou e disse que era para eu trabalhar inspirado, mas minha vontade foi de não ir trabalhar”, afirma.
Well lembra que existe uma linha tênue entre beleza e vulgaridade e é muito importante saber de qual lado da linha se pretende ficar. Para a esposa dele, quanto mais sutil fossem as fotos, melhor. O trabalho foi realizado pela sócia do marido, Érika Lopes, tudo em segredo. “Ela me ajudou muito, querendo descobrir qual era meu perfil. Eu sabia bem o que não queria, mas não sabia o que queria exatamente. Ela conseguiu definir isso para mim e fiquei muito satisfeita com o resultado”, conta Fernanda.
Entre a elegância e o vulgar
A fotógrafa Deia Quintino conta que a sutileza é o que melhor atinge a sensualidade. “O meu ensaio prima pela elegância”, ressalta. Essa sutileza, trabalhada na luz, cores e detalhes, é convidativa, se aproximando assim do erótico. “Esses ensaios não são como revistas que mostram tudo e muitas mulheres se identificam com eles porque não é pornográfico”, pontua.
O que faz a diferença, na opinião dela, é a própria mulher. “Na atitude e no olhar você pode estar nua, mas não vulgar. E não deixa de ser apimentado”. Segundo a sexóloga Cida Lopes, essa atitude é positiva tanto para o presente quanto para a própria mulher. “A gente não faz alguma coisa que não vamos desfrutar. Enquanto ela tá pensando em como as fotos vão ficar, ela tá se sentindo mulher, isso aumenta autoestima e a confiança”, diz.
A enfermeira Fernanda confessa que o ensaio lhe revelou um lado próprio desconhecido. “Eu fiquei satisfeita e consegui admirar as fotos. Vi uma beleza ali, a mulher que eu sou. Vi detalhes do meu corpo e achei ótimo. O Well ganhou com a parte sensual, eu ganhei com a satisfação”, conta. O que fica para ela da experiência foi a certeza de que ela não perde para ninguém e o autoconhecimento de sua própria beleza. “Eu não me inspiro em mais ninguém, nem atriz nem celebridade. Quando penso em uma mulher bonita, me inspiro em mim mesma naquele álbum. É essa a mulher que eu quero ser”.
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Com as fotos, feitas em meio à neve chilena, Fernanda não teve esses problemas. O fotógrafo foi o próprio marido que foi co-autor da ideia. Para o casal, a exposição não é puro exibicionismo – é também a confissão pública da 'fórmula da felicidade' do casamento deles. “Acho que trazer as fantasias que temos para dentro do casamento é o segredo para manter o relacionamento quente”, garante Glauco.
Depois de 13 anos e dois filhos, dá para acreditar que a fórmula funciona. Essa foi a segunda vez que fotos de Fernanda feitas por Glauco, que também faz free-lance como fotografo, são usadas na revista, mas a primeira vez que a loira ganha a capa. “Da primeira rolou um ciúmes de compartilhar ela, mas dessa vez não. A gente tem um pacto de fazer tudo juntos, então eu já estava preparado. Rolaria um ciúmes se ela fizesse as fotos sem mim”, brinca.
“Acho que o casal tem que ter cumplicidade, cuidar todo dia do relacionamento. Para manter o casamento saudável as pessoas têm que aprender a trazer as fantasias para dentro, no lugar de procurar outras pessoas para realizá-las. Com a gente é assim. Ela é exibicionista e eu gosto de exibi-la”, completa.
Estímulo
A psicoterapeuta e sexóloga Cida Lopes ressalta que a fantasia é essencial para a relação. “Ela preserva o espaço do homem e da mulher no relacionamento. Ao longo do dia a mulher tem que ser mãe, trabalhadora, dona de casa, então é importante não perder o estímulo erótico na relação dos dois”, diz. Especialmente para a mulher, o dia passa como se sexo não fizesse parte da vida. “Esse estímulo não deixa o erótico adormecer e esse é um desafio nas relações”, completa.
Mas e quando a ideia é surpreender o outro? De acordo com a sexóloga, em todas essas demonstrações eróticas, é necessário que a pessoa que tomou a iniciativa esteja atenta à dinâmica do casal. “Senão o resultado pode ser o contrário do esperado e, nesses casos, a frustração é dupla”, destaca.
Cuidado
A dica é pensar se o companheiro(a) aceitaria a surpresa ou a acharia vulgar. “As vezes ela está superando limitações e toma um atitude de ousadia para receber apoio e festa do outro lado. Quando a reação é contrária é quase um trauma e pode originar uma dificuldade ainda maior no relacionamento”, explica.
E ao contrário do que o imaginário popular nos leve a crer, muitos homens não apreciam esse tipo de atitude. “Já fiquei sabendo da experiência de uma cliente que nos procurou, mas acabou fechando com outra pessoa, que ao entregar o álbum para o companheiro ficou super decepcionada. Ela ficou super empolgada mas ele achou vulgar e disse que era coisa de vagabunda”, conta Well Brito, de 36 anos, fotógrafo e sócio na Mirar Fotografia.
Sedução
Há cerca de sete meses, ele foi surpreendido pela esposa a enfermeira Fernanda de Oliveira Silva, de 34 anos, que apostou em álbum próprio para presenteá-lo. “Achei lindo, acho minha esposa linda e só aumentou o que eu sinto por ela. Sem dúvida alguma, só ajuda o casamento”, confessa.
Por mais que o amor e o desejo ainda existam, as tarefas do dia a dia não criam nem incentivam uma imagem sedutora de nenhuma das partes. O estilo de fotografia sensual em alta no mercado fotográfico realça a sutileza e o erótico da mulher, sem vulgarizá-la. “Mesmo em um dia especial, em que ela se arruma só para mim, é muito diferente ver as fotos assim, o cuidado das poses e luz. Só de lembrar fico animado. No dia ela me entregou e disse que era para eu trabalhar inspirado, mas minha vontade foi de não ir trabalhar”, afirma.
Well lembra que existe uma linha tênue entre beleza e vulgaridade e é muito importante saber de qual lado da linha se pretende ficar. Para a esposa dele, quanto mais sutil fossem as fotos, melhor. O trabalho foi realizado pela sócia do marido, Érika Lopes, tudo em segredo. “Ela me ajudou muito, querendo descobrir qual era meu perfil. Eu sabia bem o que não queria, mas não sabia o que queria exatamente. Ela conseguiu definir isso para mim e fiquei muito satisfeita com o resultado”, conta Fernanda.
Entre a elegância e o vulgar
A fotógrafa Deia Quintino conta que a sutileza é o que melhor atinge a sensualidade. “O meu ensaio prima pela elegância”, ressalta. Essa sutileza, trabalhada na luz, cores e detalhes, é convidativa, se aproximando assim do erótico. “Esses ensaios não são como revistas que mostram tudo e muitas mulheres se identificam com eles porque não é pornográfico”, pontua.
O que faz a diferença, na opinião dela, é a própria mulher. “Na atitude e no olhar você pode estar nua, mas não vulgar. E não deixa de ser apimentado”. Segundo a sexóloga Cida Lopes, essa atitude é positiva tanto para o presente quanto para a própria mulher. “A gente não faz alguma coisa que não vamos desfrutar. Enquanto ela tá pensando em como as fotos vão ficar, ela tá se sentindo mulher, isso aumenta autoestima e a confiança”, diz.
A enfermeira Fernanda confessa que o ensaio lhe revelou um lado próprio desconhecido. “Eu fiquei satisfeita e consegui admirar as fotos. Vi uma beleza ali, a mulher que eu sou. Vi detalhes do meu corpo e achei ótimo. O Well ganhou com a parte sensual, eu ganhei com a satisfação”, conta. O que fica para ela da experiência foi a certeza de que ela não perde para ninguém e o autoconhecimento de sua própria beleza. “Eu não me inspiro em mais ninguém, nem atriz nem celebridade. Quando penso em uma mulher bonita, me inspiro em mim mesma naquele álbum. É essa a mulher que eu quero ser”.