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Com as fotos, feitas em meio à neve chilena, Fernanda não teve esses problemas. O fotógrafo foi o próprio marido que foi co-autor da ideia. Para o casal, a exposição não é puro exibicionismo – é também a confissão pública da 'fórmula da felicidade' do casamento deles. “Acho que trazer as fantasias que temos para dentro do casamento é o segredo para manter o relacionamento quente”, garante Glauco.
Depois de 13 anos e dois filhos, dá para acreditar que a fórmula funciona. Essa foi a segunda vez que fotos de Fernanda feitas por Glauco, que também faz free-lance como fotografo, são usadas na revista, mas a primeira vez que a loira ganha a capa. “Da primeira rolou um ciúmes de compartilhar ela, mas dessa vez não. A gente tem um pacto de fazer tudo juntos, então eu já estava preparado. Rolaria um ciúmes se ela fizesse as fotos sem mim”, brinca.
“Acho que o casal tem que ter cumplicidade, cuidar todo dia do relacionamento. Para manter o casamento saudável as pessoas têm que aprender a trazer as fantasias para dentro, no lugar de procurar outras pessoas para realizá-las. Com a gente é assim. Ela é exibicionista e eu gosto de exibi-la”, completa.
Estímulo
A psicoterapeuta e sexóloga Cida Lopes ressalta que a fantasia é essencial para a relação. “Ela preserva o espaço do homem e da mulher no relacionamento. Ao longo do dia a mulher tem que ser mãe, trabalhadora, dona de casa, então é importante não perder o estímulo erótico na relação dos dois”, diz. Especialmente para a mulher, o dia passa como se sexo não fizesse parte da vida. “Esse estímulo não deixa o erótico adormecer e esse é um desafio nas relações”, completa.
Mas e quando a ideia é surpreender o outro? De acordo com a sexóloga, em todas essas demonstrações eróticas, é necessário que a pessoa que tomou a iniciativa esteja atenta à dinâmica do casal. “Senão o resultado pode ser o contrário do esperado e, nesses casos, a frustração é dupla”, destaca.
Cuidado
A dica é pensar se o companheiro(a) aceitaria a surpresa ou a acharia vulgar. “As vezes ela está superando limitações e toma um atitude de ousadia para receber apoio e festa do outro lado. Quando a reação é contrária é quase um trauma e pode originar uma dificuldade ainda maior no relacionamento”, explica.
E ao contrário do que o imaginário popular nos leve a crer, muitos homens não apreciam esse tipo de atitude. “Já fiquei sabendo da experiência de uma cliente que nos procurou, mas acabou fechando com outra pessoa, que ao entregar o álbum para o companheiro ficou super decepcionada. Ela ficou super empolgada mas ele achou vulgar e disse que era coisa de vagabunda”, conta Well Brito, de 36 anos, fotógrafo e sócio na Mirar Fotografia.
Sedução
Há cerca de sete meses, ele foi surpreendido pela esposa a enfermeira Fernanda de Oliveira Silva, de 34 anos, que apostou em álbum próprio para presenteá-lo. “Achei lindo, acho minha esposa linda e só aumentou o que eu sinto por ela. Sem dúvida alguma, só ajuda o casamento”, confessa.
Por mais que o amor e o desejo ainda existam, as tarefas do dia a dia não criam nem incentivam uma imagem sedutora de nenhuma das partes. O estilo de fotografia sensual em alta no mercado fotográfico realça a sutileza e o erótico da mulher, sem vulgarizá-la. “Mesmo em um dia especial, em que ela se arruma só para mim, é muito diferente ver as fotos assim, o cuidado das poses e luz. Só de lembrar fico animado. No dia ela me entregou e disse que era para eu trabalhar inspirado, mas minha vontade foi de não ir trabalhar”, afirma.
Well lembra que existe uma linha tênue entre beleza e vulgaridade e é muito importante saber de qual lado da linha se pretende ficar. Para a esposa dele, quanto mais sutil fossem as fotos, melhor. O trabalho foi realizado pela sócia do marido, Érika Lopes, tudo em segredo. “Ela me ajudou muito, querendo descobrir qual era meu perfil. Eu sabia bem o que não queria, mas não sabia o que queria exatamente. Ela conseguiu definir isso para mim e fiquei muito satisfeita com o resultado”, conta Fernanda.
Entre a elegância e o vulgar
A fotógrafa Deia Quintino conta que a sutileza é o que melhor atinge a sensualidade. “O meu ensaio prima pela elegância”, ressalta. Essa sutileza, trabalhada na luz, cores e detalhes, é convidativa, se aproximando assim do erótico. “Esses ensaios não são como revistas que mostram tudo e muitas mulheres se identificam com eles porque não é pornográfico”, pontua.
O que faz a diferença, na opinião dela, é a própria mulher. “Na atitude e no olhar você pode estar nua, mas não vulgar. E não deixa de ser apimentado”. Segundo a sexóloga Cida Lopes, essa atitude é positiva tanto para o presente quanto para a própria mulher. “A gente não faz alguma coisa que não vamos desfrutar. Enquanto ela tá pensando em como as fotos vão ficar, ela tá se sentindo mulher, isso aumenta autoestima e a confiança”, diz.
A enfermeira Fernanda confessa que o ensaio lhe revelou um lado próprio desconhecido. “Eu fiquei satisfeita e consegui admirar as fotos. Vi uma beleza ali, a mulher que eu sou. Vi detalhes do meu corpo e achei ótimo. O Well ganhou com a parte sensual, eu ganhei com a satisfação”, conta. O que fica para ela da experiência foi a certeza de que ela não perde para ninguém e o autoconhecimento de sua própria beleza. “Eu não me inspiro em mais ninguém, nem atriz nem celebridade. Quando penso em uma mulher bonita, me inspiro em mim mesma naquele álbum. É essa a mulher que eu quero ser”.