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Das 2.423 crianças estudadas em seis países, 68% eram capazes de reconhecer ao menos uma marca de cigarros, em uma porcentagem que vai de 50% na Rússia a 86% na China, onde mais de 28% da população fuma (53% dos homens e 2% das mulheres), segundo a pesquisa da Escola de Saúde Pública de John Hopkins em Baltimore (Maryland, leste).
Nestes países, as crianças um pouco mais velhas que vivem em uma casa onde alguém fuma reconhecem com mais frequência ao menos um logotipo de marca de cigarros, indicou a pesquisa, publicada na revista Pediatrics.
Os resultados deste estudo sugerem medidas mais eficazes para limitar o impacto da publicidade dos fabricantes de cigarros nas crianças, destacam os pesquisadores.
Lembram ainda que um estudo realizado nos Estados Unidos há 22 anos mostrou que as crianças de seis anos reconheciam na televisão tanto o logotipo da Disney quando dos cigarros "Old Joe Camel". Esta pesquisa levou a rígidas regulações da publicidade do tabaco nos Estados Unidos para proteger as crianças.
Este estudo e outros similares deixaram em evidência táticas de marketing sofisticadas e eficazes por parte das fabricantes de cigarros, cujas mensagens claramente afetam os mais jovens, lamentam os autores destas pesquisas.
Embora muitos fatores estejam relacionados ao tabagismo, a pesquisa mostra que, para os mais jovens, estar expostos ao tabaco e ter uma atitude positiva em relação aos anúncios de cigarros está relacionado a um aumento da probabilidade de fumar.
Em 2003, a Organização Mundial de Saúde (OMS) respondeu à epidemia mundial de tabagismo com a adoção de um Convênio dirigido a um maior controle especialmente da publicidade, da promoção e do patrocínio de eventos por parte das companhias de tabaco.
No entanto, segundo estes pesquisadores, "ainda há um longo caminho para a plena aplicação da presente Convenção e suas recomendações".
Diante das rígidas regulações da publicidade de cigarros e das campanhas antitabaco nos países industrializados, as empresas concentram seus esforços promocionais em países de baixa e média renda, a maioria dos quais tem leis frouxas nesta matéria, destacaram os pesquisadores.
O estudo foi realizado em Brasil, China, Índia, Nigéria, Paquistão e Rússia.