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No experimento, divulgado no The Lancet, pacientes com câncer de próstata foram divididos em dois grupos. Os integrantes do primeiro mudaram completamente o estilo de vida por meio de mudanças na alimentação, realização de exercícios moderados e controle do estresse. O segundo grupo manteve os hábitos. Após cinco anos, os pesquisadores mediram os telômeros de todos os voluntários e perceberam, no primeiro grupo, um aumento de 10% no tamanho das estruturas. No outro, houve uma redução média de 3%.
“A diferença entre os dois foi significativa. Encontramos também uma correlação entre o grau de adesão às mudanças de estilo de vida e a extensão da alteração do comprimento dos telômeros altamente relevante”, diz Dean Ornish, professor da Universidade da Califórnia, em São Francisco, e um dos autores do trabalho. Segundo o cientista, quanto mais equilibrada é a rotina de uma pessoas maior será o impacto positivo sobre a estrutura genética ligada ao envelhecimento.
Omish destaca que a pesquisa traz fortes indícios de que o DNA não tem uma estrutura permanente, incapaz de ser mudada com o tempo. “Nossos genes e os nossos telômeros não são, necessariamente, o nosso destino”, ressalta. Essa é uma das razões que leva o cientista e os demais colegas de trabalho a acreditarem que a aplicação da descoberta feita por eles é bem mais abrangente que a detectada no estudo. “As implicações desse trabalho, relativamente pequeno, podem ir além de homens com câncer de próstata. Se validadas por estudos controlados em grande escala, essas mudanças de estilo de vida global podem reduzir significativamente o risco de uma grande variedade de doenças e a mortalidade prematura.”
Prevenção
Especialista em evolução biológica, Nilda Diniz Rojas avalia que o estudo mostra que a predisposição genética não é uma sentença. Hábitos saudáveis podem modificar estruturas consideradas erroneamente como intocáveis. “Esse trabalho nos dá indícios fortes de que um organismo não é definido só pelo genoma. O indivíduo é o genoma mais a interação com o ambiente. Ao mexer com essa interação, esses cientistas mostraram que estratégias específicas — no caso, as ações saudáveis — podem aumentar a nossa chance de viver mais e melhor”, destaca. A professora da Universidade de Brasília (UnB) também ressalta que o estudo reforçou os benefícios de atividades como ioga e meditação para a saúde dos praticantes.
Nelson Gaburo, especialista em biologia molecular no laboratório Pasteur, avalia como animadora a possibilidade de o paciente ter um índice de análises clínicas do organismo e ser capaz de medir como o corpo dele está em relação à evolução do tempo e tomar decisões a partir das informações recebidas. “Ao notar que está em um índice baixo, a pessoa terá a opção de melhorar a partir de métodos menos agressivos, de uma forma saudável.” De acordo com Gaburo, há remédios disponíveis no mercado para aumentar o tamanho dos telômeros. O tratamento feito com fitoterápicos chineses é normalmente prescrito a pessoas com mais de 40 anos, que têm o tamanho da extremidade do DNA medido anualmente.