Saúde

Rica em carboidrato, batata-doce cai no gosto dos praticantes de atividades físicas

O vegetal virou queridinha dos praticantes de atividades físicas por seu baixo índice glicêmico, além de garantir saciedade e ser rica em vitaminas

A batata-doce traz saciedade por mais tempo, sensação importante para quem está na luta contra a balança

Queridinha dos praticantes de atividades físicas, a batata-doce virou o carboidrato do momento. Um dos principais motivos para o alimento ter caído no gosto de atletas profissionais e amadores está no seu baixo índice glicêmico (IG) – velocidade de transformação em glicose. Isso significa que quando entra no organismo, o tubérculo não causa picos de glicemia, muito indesejados já que forçam a liberação excessiva de insulina necessária para transportar toda essa glicose para dentro das células, onde se transformará em fonte de energia.


Com a atuação da insulina, em pouco tempo todo o açúcar é armazenado e configura-se, na sequência, um quadro de hipoglicemia que pode provocar cansaço, dores de cabeça, mau humor e aumento da fome. “É interessante consumir refeições com índice glicêmico baixo antes de uma atividade física para evitar o que chamamos de hipoglicemia de rebote, o que acaba prejudicando o desempenho físico”, explica a nutricionista esportiva Letícia Azen Alves. Todos os sintomas clássicos da baixa de glicose no sangue, que ainda incluem escurecimento da visão, tonteira e fraqueza, podem afetar a prática de exercícios e reduzir o desempenho do atleta.

O benefício do baixo IG vale também para diabéticos do tipo 2, que evitam a todo custo alimentos que elevam rapidamente a glicose no sangue. Pesquisadores do College of Agriculture and Life Science dos Estados Unidos cogitam, inclusive, a possibilidade de a batata-doce substituir medicamentos para tratamento da doença diante dos custos e efeitos colaterais reduzidos.

E tem mais. A batata-doce traz saciedade por mais tempo, sensação importante para quem está na luta contra a balança. “Quando ingerida, ela é absorvida lentamente pelo organismo, o que garante saciedade. O fato de ser rica em fibras também auxilia nesse processo”, explica a nutricionista da Clinlife, Juliana Castilho. O tubérculo tem quase o dobro de fibras que a batata-inglesa e IG 36% menor (veja quadro).

E os benefícios não param por aí. “Ainda é rica em vitamina A, B, cálcio e ferro”, enumera Juliana. A primeira é essencial para a saúde dos olhos e da pele, e as do complexo B têm várias funções, em especial para o bom funcionamento do sistema nervoso. Ainda carrega uma boa carga de cálcio, cuja quantidade chega a ser mais de quatro vezes superior à da inglesa.

Para tirar o melhor proveito do alimento, o ideal é cozinhá-lo com a casca. O consumo também deve ser feito com uma certa antecedência. “Pelo menos 30 minutos antes da atividade, respeitando o tempo mínimo para que seja realizado o processo de digestão e liberação da energia disponível para o exercício”, aconselha Letícia Azen.

ALERTA
Mesmo com tantos pontos a favor, não se pode esquecer que, antes de tudo, a batata-doce é um carboidrato, o que significa que é fonte de energia. Se não for consumida, fatalmente será armazenada em forma de gordura. “O excesso de qualquer carboidrato será acumulado como gordura. Por isso é preciso haver a queima”, alerta Juliana. Para o pós-treino ela também perde boa parte de suas funções. “Depois da atividade física não traz tantos benefícios como fonte de energia porque, nesse momento, é preciso recorrer a um carboidrato de rápida absorção”, lembra.

A nutricionista esportiva reconhece que o alimento não cai nas graças de todo mundo e também não tem a praticidade a seu favor. “Sem contar que normalmente costuma ocasionar produção de flátulos, o que é um desconforto”, lembra. Quem não consegue se acostumar com o sabor adocicado pode recorrer à versão amarela, que costuma ter um grau de doçura menor que o da batata-doce branca.