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Com autorização dos pesquisadores, o endocrinologista alemão Farid Saad foi quem apresentou o estudo durante o congresso. De acordo com ele, a pesquisa é inédita no mundo e procurou relacionar o baixo nível de testosterona com as doenças cardiovasculares. Para isso, 40 homens, entre 59 e 70 anos, que apresentavam baixo nível de testosterona foram acompanhados durante cinco anos. Eles se submeteram a um tratamento de reposição hormonal. “A medicação usada tinha como objetivo estabilizar a testosterona, aumentando a massa magra do indivíduo e diminuindo a gordura”, comentou o endocrinologista, que é diretor médico global de saúde masculina do laboratório Bayer. Ele explicou que quem tem a “barriguinha de chope”, são homens com uma circunferência abdominal maior que 94 centímetros.
“A barriga é um dos sintomas da baixa taxa de testosterona, somado ainda a fatores como a diminuição do interesse sexual, problemas de ereção, baixa vitalidade e depressão”, afirmou Farid, explicando ainda que, para os problemas cardiovasculares, os principais fatores de riscos são a obesidade, hipertensão, resistência à insulina e triglicérides alto. “Homens com baixa testosterona apresentam pelo menos três desses fatores”, diz.
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O baixo nível do hormônio aparece em qualquer idade, mas, segundo Farid, é mais comum acima dos 45 anos. “Vimos que durante os cinco anos de tratamento com reposição hormonal injetável, que fica no organismo durante três meses, eles conseguiram perder mais de 15 quilos, ou seja, reduziram a circunferência abdominal, conseguindo diminuir o risco de doenças cardiovasculares de forma indireta”, comenta.
O médico diz ainda que, para perder a barriguinha, as atividades físicas muitas vezes não são motivantes o suficiente. “A pessoa tende a perder a motivação muito rápido e recuperar toda a gordura localizada em pouco tempo.”
O coordenador de Relações Institucionais da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas, Márcio Jansen de Oliveira Figueiredo, lembra que uma pesquisa espanhola, apresentada em Brasília no ano passado e ainda em andamento, apontou que porcos que receberam duas latas de cerveja por dia não eram mais pesados dos que não tomavam bebida alcoólica. “Por isso, quando falamos em barriguinha de chope nem sempre ela está associada à ingestão de álcool. O aumento da cintura, claro, faz crescer o risco das doenças cardiovasculares.” Figueiredo reconhece que emagrecer é sempre muito difícil, e pela reposição hormonal, talvez seja mais fácil, porém ele adverte: “É preciso mais estudos para se tirar conclusões.”
Na opinião do cardiologista Marcus Vinícius Bolívar Malachias, professor da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, trata-se de uma questão polêmica. “A reposição hormonal nada mais é do que os famosos anabolizantes que são capazes de queimar a gordura e aumentar a massa corporal”, afirma, acrescentando que eles se proliferaram de forma negativa na sociedade. “Com o uso da testosterona realmente perde-se gordura, mas a longo prazo pode não ser benéfico. Pode haver aumento das chances de esse homem desenvolver doenças do fígado e câncer de próstata, o que gera uma grande discussão no meio médico.”
TESTOSTERONA
Todos os homens produzem testosterona, que é o hormônio sexual masculino mais importante. Ele atua em várias áreas do organismo, sendo responsável pela manutenção de músculos, ossos, gorduras, espermatogênese, e de comportamentos como libido, agressividade e emoções. Aproximadamente 20% dos homens com mais de 50 anos têm nível baixo desse hormônio. A testosterona é produzida quase toda nos testículos numa quantidade de 5mg a 7mg por dia.
É sintetizada a partir do colesterol e secretada pelos testículos em resposta ao hormônio luteinizante (LH), que é liberado pela adeno-hipófise com o hormônio folículo-estimulante (FSH) e a prolactina. Considera-se normal quando o nível de testosterona dosado no sangue fica entre 300mg/dl e 1050mg/dl. Os níveis estão sempre variando dependendo da hora do dia
ou da noite. Por isso, uma dosagem baixa deve ser confirmada por novo exame feito em outro
momento do dia.
CAUSAS
A deficiência de testosterona pode ser devido a problemas dos testículos, como diminuição da circulação arterial ou por alterações do mecanismo de controle hormonal do organismo. As manifestações mais comuns são diminuição da massa muscular, aumento da gordura abdominal, diminuição da densidade óssea (osteoporose), diminuição do interesse por sexo, piora da qualidade e da frequência das ereções, diminuição da força física, mudança do perfil lipídico no sangue, queda na sensação de bem-estar, cansaço, fraqueza, desinteresse intelectual, depressão, insônia e mau humor.
Tipos de tratamento
O tratamento deve reproduzir as oscilações normais da testosterona e dos seus metabólitos. A reposição hormonal só é indicada quando as queixas clínicas forem compatíveis com o exame físico e os achados laboratoriais. Nem todos os homens se enquadram nessas condições. É necessário que as dosagens hormonais comprovem o quadro clínico do paciente.
Fonte: Sociedade Brasileira de Urologia