
São raros os casos em que o mau hálito tem relação com alguma doença. Apesar de ter mais de 50 causas associadas, em 90% das vezes a halitose têm origem na boca. “A causa número um é a diminuição da quantidade de saliva que favorece a formação de uma placa branca na parte superior da língua chamada suburra lingual”, explica a especialista. O tratamento é simples: uso de medicamentos para aumentar o fluxo salivar e, consequentemente, diminuir a escamação da boca, a indicação de alguns produtos para neutralizar o cheiro desagradável e a recomendação do uso do limpador da língua. Outras causas comuns são higiene bucal precária, periodontite, gengivite e cáries.
O paciente também recebe orientações de higiene bucal e alimentação. Jacqueline Chaves Duarte explica que alguns alimentos – ricos em enxofre - pioram o mau hálito. São eles: repolho, brócolis, couve, couve flor, couve de Bruxelas, alcachofra, alho e cebola.
Autoestima
A dentista alerta ainda que a partir do momento que o paciente toma conhecimento do mau hálito a autoestima é abalada instantaneamente. “As pessoas se retraem nos contatos sociais, param de se encontrar com amigos, se silenciam no ambiente de trabalho, param de sair. A vida da trava”, afirma. Jacqueline relembra o caso de um paciente que por dez anos optou em trabalhar na seção de estoque de uma empresa, completamente sozinho, para não ter que se relacionar com pessoas. “Ele tinha pavor que alguém percebesse o mau hálito dele e passou a se ver de forma negativa”, conta.

Jacqueline Chaves Duarte diz que as pessoas precisam aprender a prevenir o mau hálito. Para ela, o uso de limpador de língua – aparelho vendido em farmácias – é tão importante quanto a escova de dente e o fio dental.
Outra dica é evitar o uso de enxaguante bucal. “A maioria contém álcool e o contato do líquido com a boca vai ser mais um fator de ressecamento e descamação”, explica.
A especialista também alerta para o fato de muita gente associar a halitose com problemas que vêm do estômago, apesar de não existir essa relação. Por isso, procuram clínico geral, gastroenterologista ou otorrinolaringologista. “São profissionais não tratam o mau hálito e muita gente acaba desacreditando que exista solução para o problema”, pondera.