O maior diferencial da acroyoga está, principalmente, na interação entre os participantes. “Fazemos tudo em duplas, trios e grupos. É muito importante a relação entre as pessoas. É preciso aprender a ouvir, manter o entrosamento”, explica Thais. Além disso, há o trabalho de confiança, já que as posições incluem os praticantes completamente fora do chão, apoiados apenas pelas pernas de outros.
Essa particularidade foi justamente o que atraiu a estudante de psicologia Clara Lenzi, 18 anos. “É uma ioga que não é individual. Você tem uma relação com a outra pessoa. Existe uma conexão e temos sempre que estar em harmonia com o que o outro faz”, justifica. Ela conheceu a prática quando um amigo com quem faz circo, William Lauriano, 36 anos, falou sobre a aula, em novembro do ano passado. Clara não praticava ioga, mas achou interessante a inserção de acrobacias semelhantes às que já fazia. Depois que começou a praticar, notou melhora no equilíbrio. “No circo, eu vivia fazendo coisa errada e caindo, mas não sabia o porquê. Na acroyoga, entendi. A prática me deu mais consciência corporal.”
Mestrando em arquitetura, William começou as aulas de circo em agosto do ano passado e ficou interessado na acroyoga por conta das semelhanças. “Tem gente que não gosta de misturar as duas coisas, mas, para mim, tudo é muito parecido. A diferença é que o circo procura uma velocidade nos movimentos, um espetáculo, já a acroyoga é mais devagar, prestando sempre muita atenção a cada movimento e posição”, compara. Mas o que fez o rapaz realmente se interessar pela modalidade foi a vontade de não mais praticar esportes individuais. “Mesmo os esportes em grupo têm uma certa rivalidade. Gosto da filosofia da acroyoga de integração, quase uma transformação de dois corpos em um.”
Os participantes normalmente praticam em trios: a base permanece deitado de costas no chão; o voador apoia as pernas na base em várias posições; e o cuidador fica ao lado, arrumando o corpo de quem sobe e cuidando para que ele não caia. A ideia é usar a força do corpo e, então, relaxar. Por isso, costuma-se começar com a parte acrobática, passa-se para os voos terapêuticos e, finalmente, para a thai massagem. Cada aula custa R$ 30 e dura até duas horas.
William enfatiza ainda que a acroyoga é uma forma de lazer. “Parece uma brincadeira de criança.” Mas completa: “É preciso aprender as posições do jeito certo, porque qualquer errinho pode acarretar algum acidente”. Clara acrescenta a questão terapêutica aos benefícios. “A gente faz força, mas, com a combinação com a massagem, sempre sai se sentindo bem.”
Professora de ioga há sete anos, Thais Joi teve o primeiro contato com a acroyoga há quatro, quando o professor colombiano Juan Pablo veio a Brasília fazer uma demonstração. Como não há escolas de treinamento para professores no Brasil, Thais se formou no México.
Algumas posições
A prática da acroyoga costuma começar com as posições aeróbicas e passar para as terapêuticas. Força e relaxamento, nessa ordem. É possível também fazer apenas um dos tipos por vez, mas é indicado terminar um antes de começar o outro. O objetivo é sempre encerrar os exercícios com relaxamento. Por isso, no fim, ainda tem a parte de thai massagem, com um exercício chamado Love Legs, que visa principalmente o relaxamento das pernas da base. Veja algumas das posições mais executadas:
Sequência Acrobática: Solar
Sequência Terapêutica: Lunar