Os autores partiram do 'Atlas of Odor Character Profiles', publicado em 1985 por Andrew Dravniek e que contém 144 traços químicos de aromas. Nesses dados, ele aplicaram um método matemático para reunir as várias formas de cheiro em conjuntos mais gerais. “Castro tem um interesse de longa data no olfato e já realizou diversos estudos nessa área. Eu contribuí com o conhecimento das máquinas e a visão computacional que permitiu alcançarmos esse resultado”, conta Chennubhotla.
Para os pesquisadores, o artigo busca preencher uma antiga lacuna. “Quantos tipos fundamentais de odor existem é uma questão que permanece aberta”, diz Castro. “Esse é um contraste marcante com o paladar, sobre o qual sabemos que reúne cinco qualidades básicas que organizam as sensações”, completa.
Além disso, os especialistas acham que o trabalho pode ajudar a indústria a desenvolver fórmulas que permitirão prever qual cheiro determinada fórmula terá. “Isso é algo que ninguém conseguiu fazer com precisão convincente”, afirma Castro. Essa capacidade poderá ser útil para diferentes indústrias, como a de perfumes e a de alimentos artificiais. “Dessa forma, cada odorante poderá ser descrito por dezenas a centenas de características moleculares e estruturais e domínios específicos de odor que podem ser observados e sentidos pelos humanos”, acrescenta Chennubhotla.
Quinto sabor
O debate sobre se o umami seria o quinto sabor surgiu na década de 1980. Na década seguinte, estudos confirmaram que a língua humana tem mesmo uma região específica para detectar o sabor do glutamato. Hoje, sabe-se que o umami é muito importante para que alguns alimentos se tornem apetitosos, sendo muito utilizado por chefs na gastronomia.