saiba mais
-
Boa educação desde filhote pode inibir o instinto de fuga dos pets
-
Você já olhou nos olhos do seu pet hoje?
-
Mau hálito pode ser sintoma de algo mais sério com a saúde do bichinho de estimação
-
Brasileiros ainda cuidam pouco da saúde dos animais de estimação
-
Animais de estimação revelam seus superpoderes para a saúde e o comportamento das crianças
-
Pele lisa no verão: saiba quais são os mitos e verdades sobre depilação
-
Dietas vegetarianas são nova tendência para pets, mas benefícios não são um consenso
-
Banho em pet shops é cômodo, mas também envolve riscos
-
Saiba como transportar seu bichinho em viagens aéreas
O veterinário especialista em pequenos animais Marcello Roza, do Conselho Federal de Medicina Veterinária, explica que procedimentos puramente estéticos em animais nunca são recomendados. “O ideal é respeitar as características próprias do pet.” Marcello acrescenta que, em virtude da aparência, o animal acaba exposto a certos riscos que seriam evitados com uma abstenção dos processos de embelezamento. “Durante a realização desses procedimentos, o animal corre riscos, como queimaduras térmicas ou químicas, acidentes durante o corte das unhas (sangramento), alergia aos produtos e intoxicações”, alerta.
No entanto, Marcello é realista, sabe que as pessoas que gostam continuarão realizando esses procedimentos, que, se bem observados, podem não acarretar nenhum problema. Nesse contexto, o especialista deixa a dica: “Procure um local idôneo e com profissionais treinados e certificados”.
Bruna Duarte Borges, empresária do ramo, oferece procedimentos estéticos aos clientes, mas garante que sempre coloca o bem-estar dos animais acima de qualquer coisa. “O veterinário faz uma avaliação do tipo de pelo do cão ou do gato, depois o nosso groomer (profissional especializado em tosa e banho), que tem um entendimento maior das raças, indica o procedimento mais adequado para aquele animal”, esclarece Bruna. Outro cuidado indispensável, para a profissional, é só usar e vender produtos certificados, que sejam próprios para os pets.
A empresária alerta também para a importância de manter os pets tranquilos. Por isso, cães e gatos, independentemente dos procedimentos que estiverem fazendo, devem estar sempre em alas separadas. Além disso, para animais que têm medo ou algum tipo de estresse no banho, na tosa ou durante processos mais elaborados e demorados, Bruna acredita ser importante um processo de “dessensibilização”, no qual o bichinho é deixado cada vez mais à vontade, até encarar a situação com naturalidade.
Cloue, uma shih-tzu de 2 anos, está sempre glamourosa. A cadelinha faz hidratações de morango nos pelos semanalmente, além de penteados, na cabeça e ao longo do corpo. Adriana de Paula Lima, 33 anos, executiva de contas, explica que sempre gostou de enfeitar Cloue, mas que faz visitas constantes ao veterinário e sempre observa os resultados para saber se a cadela não está incomodada. “Já fazia penteados em casa, no período de calor, principalmente. No pet shop, eles fazem as tranças bem soltas, não puxam o pelo, você vê que ela gosta e que não machuca”, assegura Adriana.
Atualmente, esses são os únicos procedimentos estéticos aos quais Cloue é submetida, mas Adriana conta que já pintou as unhas da cadela com esmalte à base d’água, o mesmo usado para pintar as unhas da filha pequena. Apesar de gostar de embelezar a cadela, Adriana garante que o amor que sente faz com que a saúde e o bem-estar sejam o mais importante. “Não é só estética, a hidratação, por exemplo, não deixa de ser um cuidado com o pelo da Cloue, fica mais macio, sedoso e embaraça menos”, completa.
Uma hidratação de pelos varia, em média, de R$ 22 a R$ 35, de acordo com o tamanho da raça. Para desembaraçar ou retirar a pelagem, o dono desembolsa entre R$ 20 e R$ 40. Já um penteado de luxo sai por cerca de R$ 40, e o trimming, um tipo de tosa feito de acordo com os padrões da raça, pode chegar a R$ 190.
Tiago Severo Coelho de Oliveira, médico veterinário, acredita que é importante ponderar sobre o que pode ser ou não prejudicial ao animal. O especialista esclarece que algumas opções, como a hidratação, podem ser até mesmo benéficas para os animais, no entanto, apenas se realizadas corretamente. “Aconselho que a hidratação seja realizada em Brasília, principalmente na época da seca, quando a pele fica muito ressecada. Acompanho muitos casos nos quais a hidratação melhora a qualidade de vida do animal”, explica.
Quanto a outros tratamentos, Tiago se mostra mais reticente. “Não recomendo o alisamento, pois não conheço os produtos químicos que são usados”, explica. O veterinário acrescenta que o maior problemas nos procedimentos estéticos é o uso de produtos inadequados. Para isso, o maior cuidado que o proprietário deve ter é nunca aplicar produtos que não tenham indicação para os pets, pois o PH da pele e do pelo dos animais é diferente e precisa de cuidados especiais.
Chapinhas e babyliss também não são bem-vistos pelos profissionais, Tiago explica que o uso desses objetos depende muito do temperamento do animal: se ele for muito agitado, a chance de queimaduras é grande, além de ser um procedimento que requer que ele fique por muito tempo parado, o que pode estressá-lo.
Outro aspecto que deve ser amplamente observado é quanto ao uso de produtos nos gatos, de xampus, condicionadores, perfumes a qualquer outro que deixe vestígios no pelo. O que acontece é que os bichanos têm o próprio tipo de banho, no qual lambem todo o corpo, e a presença de substâncias estranhas pode trazer graves consequências, pois essas são ingeridas pelo animal. É importante ter atenção, pois os produtos para cães e gatos nem sempre são os mesmos.
Os tratamentos mais procurados:
- Banho e tosa tradicionais
- Hidratação dos pelos
- Trimming, um tipo de tosa feito de acordo com os padrões da raça, mais realizado em cães de exposição
- Desembaraço de pelagem e retirada dos pelos
- Penteados na cabeça e no corpo, que podem ser realizados com ou sem chapinha e babyliss
- Pintura dos pelos
- Corte e pintura das unhas dos animais