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O especialista salienta que sintomas como a baixa acuidade visual progressiva, mesmo sendo corrigidos com óculos, não são satisfatórios. “A repetição das consultas com variação e aumento do grau das lentes em um curto espaço de tempo, por exemplo, mostra uma instabilidade característica da doença. Como há o fator hereditário e pode não haver sintomas ou sinais evidentes, é primordial realizar consultas desde os primeiros anos de vida, programando-se as revisões.
“Há situações de predisposição, como coçar os olhos de maneira crônica ou ficar horas no computador, sem intervalos. Nesse caso o ideal é fazer intervalos de cinco minutos a cada hora para estimular o ato de piscar e aumentar a lubrificação e proteção corneana. Deve-se evitar o uso inadequado de lentes de contato e é fundamental que haja acompanhamento médico caso a pessoa sinta algo nos olhos. Alimentação balanceada com verduras, legumes e frutas, além de boa ingestão de líquidos, sempre ajuda.

DIAGNÓSTICO
O oftalmologista Cláudio Maciel de Sena esclarece que o diagnóstico pode ser feito durante uma consulta abrangente, por meio de investigação, com exame minucioso. “No estágio moderado e avançado é mais simples a constatação da doença. Nas fases mais precoces , quando não há sintomas ou sinais evidentes, a tomografia corneana computadorizada é o exame mais importante, não só para confirmar a suspeita como também para avaliar sua evolução”.
Tratamentos são variados
O oftalmologista Guilherme Ferrara explica que há diversos tratamentos para o ceratocone, entretanto os procedimentos dependem do estágio da doença. “O paciente com ceratocone inicial pode ter sua visão corrigida com óculos e lentes de contato. Para os que apresentam intolerância a lentes ou quando constatamos que a doença está evoluindo, a indicação é a intervenção cirúrgica”, diz.

O objetivo desses tratamentos, segundo especialistas, é impedir a progressão da distrofia corneana e melhorar a visão. “Numa sequência lógica: óculos para os casos mais simples e fase incipiente e lentes de contato na moderada e avançada. Na fase severa, é indicado o transplante de córnea. Mas a cirurgia pode ser evitada com a colocação do anel intracorneano. O crosslink tem sido usado para evitar a progressão do ceratocone”, acrescenta Cláudio de Sena.
SUS
O Sistema Único de Saúde, assim como os planos de saúde, geralmente autorizam os tratamentos, mas o implante do anel intracorneano apenas para os casos em que a doença se encontra em estágio avançado (graus III e IV). Guilherme Ferrara diz que estima-se que mais de 250 mil pacientes no mundo se submeteram ao implante do anel intracorneano e obtiveram sucesso, sendo que, segundo ele, 90% dos casos da doença são estabilizados com a implantação do anel e somente 10% ainda requerem transplante de córnea. “O transplante é a última alternativa de tratamento, deixado apenas para os casos mais avançados. Por se tratar de um tratamento mais invasivo, os riscos também são maiores. Podem ocorrer infecção, rejeição e de troca da córnea transplantada a cada 15 anos em média. Outro empecilho é a fila de espera para o transplante, que pode demorar alguns meses”, explica.