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Tudo começou em 1999, quando Luciana cursava o último semestre da faculdade de arquitetura e estava “quase surtando” por causa do projeto final e da ansiedade de sobra. “Era meu aniversário e pedi à família para não fazer nada. Estava exausta e desanimada. Queria apenas um bolo e que convidasse o Alexandre, meu melhor amigo. Conversávamos bastante, e também, fazia parte, brigávamos. Naquele aniversário ele me deu o Lou Lou de presente. Foi uma surpresa, já que era caro e não era o tipo de coisa que ele fazia. Não vou contar tudo… Para resumir, em setembro do mesmo ano começamos a namorar e em junho de 2001 nos casamos. Por isso, esse perfume, para mim, tem cheiro de romance.”

De tão apaixonada por perfume, Luciana confessa que tem mania de comprar perfume pelo design do frasco sem ao menos sentir o cheiro. “É bonito, compro. E tem alguns vidros que, simplesmente, não consigo jogar fora, guardo.” A arquiteta também não se limita aos aromas ditos femininos. “Tenho usado um masculino da Paco Rabanne, que estou encantada. Não sou especialista, não entendo de notas, por isso o vejo como minhas experiências e sensações. E tem cheiros que são para nos acompanhar a vida toda. Agora, não sou de guardar. Uso até acabar. No momento, tenho entre 10 e 12 abertos.”

A contadora Maria Geralda Assunção D’Urço, a Magê, define como seu primeiro cheiro o da avó, Carmelita. “Perfume de flor. Para mim, cheiro de amor. Ela sempre me dava um pouquinho num vidrinho que comprei na farmácia, estilo amostra. Até os 10 anos lembro-me dele. Depois, passei a usar os da época, as alfazemas, já que não havia a facilidade nem a variedade de hoje.” Ao se tornar uma mulher, já estava entregue às fragrâncias. Magê conta que se casou nova, com um homem apaixonado por perfume. Na relação, que durou 34 anos, ela ganhou o primeiro frasco francês da vida.
Ao longo dos anos, Magê escolheu três perfumes que a acompanham. “O Acqua Di Giò, de Giorgio Armani, uso desde 1995 e é o cheiro fresco, de banho tomado. Amo o Chanel 19, que uso há mais de 20 anos e falo que ao senti-lo, pela primeira vez, descobri o meu cheiro. E há um ano e meio achei o Baiser Volé, o beijo roubado, de Cartier, que é maravilhoso e chique. Não sei se tem como explicar por que escolhemos este e não aquele perfume. Não preciso explicar o gostar.” Magê lembra que, ao arrumar a mala, o primeiro item da bagagem é o perfume e sempre carrega miniaturas na nécessaire. “Não sei se perfume fala da personalidade. Perfume é de cada um. Só sei que não vivo sem. Guardo alguns vidros dos quais não quero esquecer o cheiro, a sensação ou a situação que vivi ao usar aquelas gotas. E meu filho, Pedro Henrique, também é apaixonado. Desde os 5 anos diz que quer se casar com uma mulher loira, com unhas vermelhas e com meu cheiro. Agora, aos 28 anos, tem sua coleção.”
Mais que gostar do cheiro, para o músico Wilson Sideral perfume é questão de pele. “Gosto de esperar o efeito no corpo. Às vezes, passo, dou uma volta e vejo se combina comigo. Perfume é poderoso e superpessoal. Mas se você enjoa, também pode ser um grande erro. Confesso que sou de fases, ainda que tenha alguns que confio tanto que compro regularmente”. Sideral revela que a mulher, Karine, é assessora de primeira. “Sempre gostei, mas depois do casamento ela me guia. Compra e me faz experimentar novas fragrâncias.”
Por outro lado, o cantor e compositor, que prepara CD para este semestre, diz que tem memória olfativa. “A sensação é bem presente. Sou do interior e da casa da minha avó lembro-me do cheiro da dama-da-noite. Andando na rua, em qualquer lugar, esse aroma me faz pensar nela, ‘vó’ Nina, na infância, na família e é muito bom”. Apesar de não ser uma expert, Sideral sabe bem separar as fragrâncias que pode usar durante o dia e as que investe à noite, nos shows. Atualmente, ele reveza entre três marcas. “O do dia é cítrico, leve e suave. O da noite é mais marcante. Tenho usado o Acqua Di Gio, de Giorgio Armani, um da Versace e outro do Issey Miyake.”