De acordo com o geriatra e coordenador médico do Instituto Paulista de Geriatria e Gerontologia (IPGG), unidade de saúde instalada na zona leste da capital paulista, Anderson Della Torre, o número é maior em mulheres, pois as idosas tendem a ser mais ativas e possuem menos massa muscular do que os homens. “Normalmente, as mulheres também são mais atingidas pela osteoporose, apesar de a doença também atingir os homens”.
Segundo Della Torre, 3,7% dos idosos entre 60 e 69 anos cai uma vez por ano, enquanto essa porcentagem chega a 7% para a faixa de 70 a 79 anos. Já entre os maiores de 89, 27% têm pelo menos uma queda ao ano. “O número de quedas é elevado, por isso há muitas internações. É muito comum que eles sofram lesões ósseas que os levem à imobilidade momentânea ou mesmo à dependência, posteriormente”.
Della Torre destacou que o uso de medicamentos e o comportamento dos idosos também podem ser apontados como causadores de quedas. Idosos mais ativos, que tendem a realizar atividades principalmente dentro de casa, possuem maior risco. “Um dos maiores motivos de quedas em idosos é a falta de equilíbrio e a perda de massa muscular, que ocorrem naturalmente com o avanço da idade”, explicou.
Por isso, o médico alerta sobre a importância da fisioterapia para fortalecer a musculatura e reforçar o equilíbrio. “Essa intervenção vai gerando confiança na marcha. É preciso gerar confiança, para que o idoso volte a andar com tranquilidade, porque depois de um tombo ele pode desenvolver um medo de quedas e acabar se isolando”.
Ao desenvolver o medo de cair, o idoso pode piorar sua situação. “Ele limita sua vida e assim, para de fazer atividade física, porque diminui a massa muscular por falta de exercício. Para de fazer as coisas que fazia, diminui sua exposição à vida social e isso leva à depressão, que muitas vez precisa ser tratada com medicamentos”, disse Dalla Torre.
Ele também destacou que as fraturas podem evoluir para doenças mais graves, devido à imobilidade do paciente. Por não levantar da cama, o idoso fica também mais suscetível a doenças crônicas que levam à morte.
Para evitar quedas, o médico recomenda atitudes e mudanças simples, como fazer atividades para reforço muscular e equilíbrio; utilizar calçados fechados ou que possam ser presos ao redor dos calcanhares; retirar possíveis obstáculos à circulação, como mesas de centro; colocar os objetos mais utilizados no dia a dia em prateleiras baixas ou em locais de fácil alcance; e tomar cuidados com os tapetes, principalmente no banheiro.
Além disso, o médico diz que o idoso, quando sofrer alguma queda, deve procurar um médico imediatamente para investigar qual o motivo do acidente. Em caso de idosos que já enfrentam falta de equilíbrio em grau elevado, é recomendável que sejam instaladas adaptações em casa, como corrimãos, elevação dos vasos sanitários e barras de apoio para sentar e levantar.