Óleos prometem muito para a pele, mas também exigem cuidados
A maioria garante hidratação potente, pele lisinha, ação anti-idade, além de estimular a produção de colágeno
Carolina Samorano
Não faz muito que as formulações livres de óleo tomaram conta das prateleiras de farmácias e lojas de cosméticos. Em terra de clima quente e onde grande parte da população tem pele oleosa, rótulos que levam a indicação de oil-free e produtos que prometem pele sequinha o dia inteiro ganham a preferência dos consumidores. Mas, de uns tempos para cá, começaram a aparecer entre os lançamentos das marcas produtos que, não apenas têm óleos essenciais em sua composição, mas são, por definição, óleos quase puros. A ousadia vai um pouco além: alguns deles são indicados para “todos os tipos de pele” — as oleosas, inclusive.
A novidade cosmética é multiuso. A maioria promete hidratação potente, pele lisinha, ação anti-idade, além de estimular a produção de colágeno. Em vidros minúsculos — a maioria em conta-gotas — e preços inversamente proporcionais ao tamanho de suas embalagens, é quase impossível não se perguntar o que afinal eles têm de tão incrível e não ficar tentada a provar a novidade.
Os especialistas aconselham cuidado na hora de aderir aos óleos faciais, sob pena de acabar com uma acne indesejada. “De maneira geral, os óleos são indicados para quem tem pele normal ou seca, porque, nas peles oleosas, eles podem obstruir os poros”, explica a dermatologista Bárbara Moura, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “Talvez, com muito cuidado, eu indicaria para pessoas que estejam passando por um tratamento com laser ou fazendo uso de ácidos, porque, nesses casos, os óleos podem ajudar a pele a se recuperar mais rapidamente ou mesmo evitar irritações”, continua a especialista. Mesmo assim, segundo a médica, melhor fugir dos óleos de múltiplas funções, que se dizem adequados para cutículas, corpo, cabelos e rosto. “Eu não recomendo. As fórmulas especiais para o rosto são mais seguras e evitam riscos, como a acne”, aconselha.
Mas como? Em geral, duas ou três gotas são suficientes para a área do rosto. Algumas marcas aconselham misturar os óleos ao hidratante. “Mas só se for para pingar a gotinha na palma da mão. Misturar o produto no pote pode alterar o pH e desestabilizar a fórmula”, ressalva a dermatologista Bárbara Moura. Outra dica da profissional é adotar o óleo em dias intercalados. “Como, durante o dia, o calor faz com que transpiremos mais, o melhor é usar o óleo pela noite, depois do banho, com a pele limpa”, ensina.