Saúde

Radiocirurgia permite atacar tumores de forma intensa e localizada

Imagens em 4D de equipamentos ultramodernos tornam a técnica segura

Rafael Campos

Clique na imagem para ampliá-la e entenda a técnica
Antes limitada ao tratamento de tumores no cérebro, a radiocirurgia agora pode ser usada para cuidar de pacientes com diagnóstico de câncer no pulmão, no fígado, no pâncreas e nas vértebras. A partir de setembro, o procedimento — tecnicamente chamado de radioterapia esteotáxica corpórea (SBRT, na sigla em inglês) — começa a ser oferecido no Centro de Oncologia da unidade de Brasília do Hospital Sírio-Libanês (HSL), que inaugurou este mês uma ala voltada exclusivamente à radioterapia. A técnica é indicada para aqueles que não podem se submeter à cirurgia tradicional.


Em vez da radioterapia, que pode durar entre 25 e 39 sessões, a radiocirurgia é feita por um período mais curto, entre uma e cinco sessões. O tumor é atingido com um alto grau de radiação, de forma direcionada e preservando, ao máximo, os tecidos ao redor. Até então restrita aos tumores cerebrais, que se mantinham estáticos, a radiocirurgia agora pode ser aplicada em tumores que sofrem deslocamentos. De acordo com Rafael Gadia, responsável pelo serviço de radioterapia da unidade de Brasília, essa possibilidade surgiu a partir da melhora na tecnologia, que garante ao médico uma visão em 4D, ou seja, as imagens ganham movimento, e ele consegue saber, exatamente, onde está o tumor.

“Isso facilita e aumenta a precisão do tratamento. A simulação é realizada antes da radiocirurgia e é ela quem vai me dar as imagens que vão permitir o planejamento. O primeiro passo é esse. Acompanhamos o caminho que o tumor faz”, explica.

Segundo o coordenador médico da radioterapia do Centro de Oncologia do HSL, João Luis Fernandes da Silva, o tomógrafo usado para guiar os médicos no planejamento da radiocirurgia na capital é único no país. Além de garantir maior eficácia com menos efeitos colaterais, o tratamento pela radiocirurgia recoloca o paciente mais rapidamente de volta ao seu dia a dia. “ Você devolve a pessoa para o trabalho, para a sociedade, para o estilo de vida dela muito mais rapidamente”, garante o coordenador.