Fisiculturismo feminino ganha visibilidade

Competições avaliam critérios como beleza, definição, massa, simetria e percentual de gordura

por Revista do CB 05/09/2013 15:00

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Treinar e seguir dietas à risca. Essas são as principais medidas de atletas que querem alcançar a hipertrofia muscular, principalmente para aqueles que participam de competições de fisiculturismo. Nessas disputas, são observados critérios como beleza, definição, massa, simetria e percentual de gordura. É uma atividade que cresceu não só entre homens, mas também entre mulheres.

Zuleika de Souza/CB/D.A Press
As atletas Leila e Polliana, ambas orientadas pelo treinador André Torres, fazem treinos diferenciados, visando às respectivas categorias (foto: Zuleika de Souza/CB/D.A Press)
Leila Brito, 27 anos, é uma entusiasta de destaque: acaba de sair vencedora do Aberto de Fisiculturismo, evento ligado ao Brasília Capital Fitness. A atleta começou a se profissionalizar há apenas sete meses. De lá pra cá, participou de cinco competições — em três delas, conquistou a premiação máxima. Leila já era uma malhadora inveterada, mas não havia investido no fisiculturismo até ser incentivada por seu atual treinador, André Torres. “O fato de eu já treinar há algum tempo me ajudou, só precisei ajustar algumas coisas, mas quem não está acostumado tem que começar ‘leve’ e treinar bastante até ter ritmo”, afirma a jovem, que divide a rotina esportiva com uma pós-graduação e com o trabalho em um consultório de nutrição.

Leila participa da Wellness, categoria na qual a mulher não fica tão musculosa. “É uma categoria mais leve que visa a harmonia e a simetria do corpo. Não queremos mais músculos em uma parte do corpo que em outra, é bem feminino. É uma mistura de corpo, beleza e simpatia.” explica André Torres. “O corpo do Wellness é basicamente o sonho das mulheres”, concorda Leila, que faz uma hora de musculação todos os dias, sem exceção. Ela acrescenta que nunca sofreu nenhum tipo de preconceito por sua aparência, mas reconhece que isso ocorre com praticantes de categorias que exigem mais tônus.

Competidora da categoria Women’s Physique, mais puxada que a Wellness, Polliana Cristina Silva, 29 anos, diz que isso não a incomoda. “Ah, o preconceito acontece, mas eu nem ligo mais. E, quando as pessoas percebem que eu sou uma atleta, elas param com isso também”, garante a personal trainer, atual campeã brasileira da categoria e representante do país no mundial, realizado este mês na Ucrânia.

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Quando feito de forma certa, o fisiculturismo traz muitos benefícios. Baseado em uma alimentação saudável e em exercícios físicos, melhora a qualidade de vida e a saúde de quem pratica (foto: Zuleika de Souza/CB/D.A Press)
“As atletas da minha categoria precisam de volume e definição muscular”, explica Polliana. Para tanto, a dieta dela é rígida, formada principalmente de carboidratos e proteínas. Os treinos são divididos em três etapas diárias e não se limitam à musculação. Polliana faz acompanhamento médico com fisioterapeuta e endocrinologista. “Temos sempre que fazer exames para checar o rim e o fígado”, ressalta o treinador André Torres.

O risco desse tipo de atividade, assim como o de muitas outras, é o exagero. “Principalmente nas categorias mais pesadas, o problema é fazer em excesso sem os devidos cuidados”, enfatiza Torres. Quando existe a procura por um resultado rápido demais, é comum passar da conta tanto no treino, com o abuso de pesos, de exercícios e de duração, quanto na dieta, cortando mais e comendo alimentos diferentes dos recomendados.

Quando feito de forma certa, o fisiculturismo traz muitos benefícios, apostam os adeptos. Baseado em uma alimentação saudável e em exercícios físicos, melhora a qualidade de vida e a saúde de quem pratica. “Não acho que tenha malefícios quando fazemos tudo direito. Só me trouxe coisas boas. Disposição, resistência e é muito raro eu ficar doente”, afirma Leila.

"Ah, o preconceito acontece, mas eu nem ligo mais. E, quando as pessoas percebem que eu sou uma atleta, elas param com isso também”
Polliana Cristina Silva, 29 anos

Os campeonatos de fisiculturismo feminino são divididos em cinco categorias, que podem, ainda, ser subdivididas por peso ou altura. Veja quais são:

  • Bikini - Mulheres mais magras e proporcionais, que aparentam não treinar muito. Sem definição muscular, mas físico tonificado. Categoria com desfile e pouca dança.
  • Wellness - Um pouco mais de definição que a Bikini. Aparece leve desenho dos músculos na silhueta. Corpos proporcionais, beleza e simpatia são levados em consideração em um desfile.
  • Body Fitness - Com corpo um pouco mais forte, em forma de Y (ombro mais largo e perna mais fina). Pouco glúteo e algum desenho muscular. As atletas ficam enfileiradas em frente ao árbitro e fazem um quarto de volta (ficam de frente, de lado, de costas e voltam a ficar de frente).
  • Women’s Physique - Mais fortes e mais simétricas que as anteriores. É possível ver os músculos, mas tentando manter a feminilidade. Também fazem o quarto de volta, poses e uma coreografia individual com música, que vai de 50 segundos a um minuto e meio, dependendo do campeonato.
  • Culturismo - Mulheres mais volumosas, grandes e com massa muscular bem densa, com os músculos sempre em evidência. Simetria e densidade muscular. Mesmo processo de arbitragem da Women’s Physique.