A China sofre uma epidemia de diabetes, doença que afeta quase 12% da população adulta, uma incidência 10 vezes maior do que há 30 anos, segundo estudo publicado nesta terça-feira nos Estados Unidos e que fez soar um alerta sanitário.
"Estas estatísticas sugerem que a diabetes tipo 2 ou adulta pode ter alcançado a situação de alerta na população chinesa", advertem os autores do informe, entre eles o doutor Xu Yu, da Universidade de Xangai.
Os especialistas destacam "a possibilidade de curto prazo de uma epidemia com complicações associadas a doenças cardiovasculares, acidentes vasculares cerebrais e disfunção real crônica, e sem recursos nacionais para enfrentá-la".
A proporção de pessoas com pré-diabetes alcançou 50% dos adultos chineses.
"A prevalência de diabetes aumentou significativamente nas últimas décadas na China até chegar a quase 12% dos adultos em 2010", disse Xu, que chefiou a pesquisa, publicada na revista americana Journal of the American Medical Association (JAMA), com data de 4 de setembro.
"Esta prevalência era inferior a 1% em 1980, chegando a 2,5% em 1994 e a 5,5% no período 2000-2001, antes de quase dobrar em 2007, com 9,7%", disse o cientista, citando pesquisas epidemiológicas.
A influência do desenvolvimento econômico
Nesta última pesquisa, os autores mediram a concentração de glicose no sangue de uma amostra de 98.658 adultos chineses representativos da população geral em 2010.
A prevalência de diabetes foi estimada em 11,6% dos adultos do país, maior nos homens (12,1%) do que nas mulheres (11%). A prevalência dos novos casos diagnosticados situou-se em 8,1% no mesmo período.
A frequência da diabetes foi maior nas regiões urbanas, tanto para homens quanto para mulheres, afirmaram os cientistas.
O número de casos de diabetes aumentou com a idade em ambos os sexos, nos homens entre os maiores de 50 anos, e nas mulheres entre as maiores de 60.
Por outro lado, a prevalência da doença, assim como o sobrepeso e a obesidade, aumentou com o desenvolvimento econômico, destacaram os cientistas.
Eles também ressaltaram que a proporção de pessoas que sabiam sofrer de diabetes foi de 30,1% da população em geral, dos quais só 25,8% recebiam tratamento. Neste grupo, apenas 39,7% efetivamente controlavam a taxa de açúcar no sangue.
Um desafio social
Em editorial que acompanha este estudo clínico publicado no JAMA, a doutora Juliana C.N. Chan, da Universidade Chinesa de Hong Kong, descreve a diabetes como "um desafio social e para o sistema de saúde complexo, pois resulta de outras interações genéticas e ambientais".
"A rápida modernização criou um ambiente propício para a obesidade, caracterizado pela abundância de alimentos, a falta de atividade física e o estresse psicológico", acrescentou.
Nos Estados Unidos, onde um terço dos adultos é obeso, a diabetes também tem proporções epidêmicas: 8,3% da população ou 25,8 milhões de pessoas sofrem desta doença, segundo os mais recentes números oficiais, de 2010. Destes, sete milhões (27%) sabem de sua condição.
Além disso, 79 milhões de adultos americanos são pré-diabéticos, segundo estas estimativas.
O custo total dos tratamentos é calculado em US$ 174 bilhões por ano no país.
A mortalidade de adultos relacionada à diabetes dobrou no mundo de 1990 a 2010, atingindo 1,3 milhão de óbitos, segundo a Organização Mundial da Saúde.
"Estas estatísticas sugerem que a diabetes tipo 2 ou adulta pode ter alcançado a situação de alerta na população chinesa", advertem os autores do informe, entre eles o doutor Xu Yu, da Universidade de Xangai.
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A proporção de pessoas com pré-diabetes alcançou 50% dos adultos chineses.
"A prevalência de diabetes aumentou significativamente nas últimas décadas na China até chegar a quase 12% dos adultos em 2010", disse Xu, que chefiou a pesquisa, publicada na revista americana Journal of the American Medical Association (JAMA), com data de 4 de setembro.
"Esta prevalência era inferior a 1% em 1980, chegando a 2,5% em 1994 e a 5,5% no período 2000-2001, antes de quase dobrar em 2007, com 9,7%", disse o cientista, citando pesquisas epidemiológicas.
A influência do desenvolvimento econômico
Nesta última pesquisa, os autores mediram a concentração de glicose no sangue de uma amostra de 98.658 adultos chineses representativos da população geral em 2010.
A prevalência de diabetes foi estimada em 11,6% dos adultos do país, maior nos homens (12,1%) do que nas mulheres (11%). A prevalência dos novos casos diagnosticados situou-se em 8,1% no mesmo período.
A frequência da diabetes foi maior nas regiões urbanas, tanto para homens quanto para mulheres, afirmaram os cientistas.
O número de casos de diabetes aumentou com a idade em ambos os sexos, nos homens entre os maiores de 50 anos, e nas mulheres entre as maiores de 60.
Por outro lado, a prevalência da doença, assim como o sobrepeso e a obesidade, aumentou com o desenvolvimento econômico, destacaram os cientistas.
Eles também ressaltaram que a proporção de pessoas que sabiam sofrer de diabetes foi de 30,1% da população em geral, dos quais só 25,8% recebiam tratamento. Neste grupo, apenas 39,7% efetivamente controlavam a taxa de açúcar no sangue.
Um desafio social
Em editorial que acompanha este estudo clínico publicado no JAMA, a doutora Juliana C.N. Chan, da Universidade Chinesa de Hong Kong, descreve a diabetes como "um desafio social e para o sistema de saúde complexo, pois resulta de outras interações genéticas e ambientais".
"A rápida modernização criou um ambiente propício para a obesidade, caracterizado pela abundância de alimentos, a falta de atividade física e o estresse psicológico", acrescentou.
Nos Estados Unidos, onde um terço dos adultos é obeso, a diabetes também tem proporções epidêmicas: 8,3% da população ou 25,8 milhões de pessoas sofrem desta doença, segundo os mais recentes números oficiais, de 2010. Destes, sete milhões (27%) sabem de sua condição.
Além disso, 79 milhões de adultos americanos são pré-diabéticos, segundo estas estimativas.
O custo total dos tratamentos é calculado em US$ 174 bilhões por ano no país.
A mortalidade de adultos relacionada à diabetes dobrou no mundo de 1990 a 2010, atingindo 1,3 milhão de óbitos, segundo a Organização Mundial da Saúde.