Quando antibióticos e anti-inflamatórios já não surtem efeito, há uma alternativa mais radical, mas, segundo especialistas, capaz de devolver a paz aos pacientes crônicos. “A cirurgia, geralmente, é o último recurso, indicada apenas na falha do tratamento clínico. Mas existem alguns casos mais raros em que se opta de cara pelo procedimento, como sinusites agudas — com duração inferior a três meses —, que apresentam complicações graves, ou nos casos de infecção por fungo, que normalmente são mais resistentes aos antibióticos”, explica o otorrinolaringologista Fabrizio Ricci Romano, doutor na área pela Universidade de São Paulo.
A cirurgia vai depender do tipo de problema. Se a causa das infecções frequentes for anatômica, como pólipos nasais ou desvio de septo, o procedimento será de correção do problema. Para as sinusites fúngicas, é feita a remoção do fungo. “A intenção é sempre ampliar a região de drenagem dos seios da face para que não acumule secreção, facilitando a limpeza e a chegada do remédio”, ilustra Romano.
O procedimento dura entre uma e quatro horas e o paciente volta para casa no dia seguinte. Geralmente, a cirurgia é feita com auxílio de um endoscópio e não há cortes nem cicatrizes externas. O alívio dos sintomas vem conforme a cicatrização ocorre. “A cirurgia promove tanto um benefício do fluxo respiratório quando do processo inflamatório”, expõe o otorrinolaringologista André Luiz Woitech Hecksher. “A melhora respiratória começa a ocorrer após uma semana, é nítida com 30 dias e progride até três meses, quando costuma estabilizar. Já a melhora da sinusite se torna evidente a partir do terceiro mês e avança até um ano de pós-operatório.”