Das atividades com maior gasto calórico, a perda de peso proporcionada é um de seus principais atrativos. Mas a corrida é também um ótimo meio para a conquista de condicionamento e bem-estar. Sem contar que não se paga mensalidade para correr na rua, embora um tênis específico seja essencial. Aliás, para o personal runner Urbano dos Santos Costa, de 52 anos, foi a tecnologia dos calçados um dos motivos dessa expansão do esporte. “Os tênis próprios para corrida melhoraram consideravelmente nos últimos anos. Específicos para cada tipo de pisada, eles corrigem a forma como a pessoa toca o chão e isso diminui os riscos”, defende o ex-atleta do Clube Atlético Mineiro, que, desde 1982, trabalha com orientação para caminhada e corrida. Tudo começou quando a equipe feminina de atletismo precisava correr sozinha pelas ruas e o técnico, preocupado, pediu que Urbano as acompanhasse. Com o tempo, ele desenvolveu o programa de treino.
Para o personal runner, correr na companhia de um treinador leva a um resultado mais rápido. “Trabalhamos direto com a pessoa, explorando ao máximo o que ela pode correr.” O médico Sérgio Jardim, de 55, começou a correr na rua quando quase ninguém o fazia, há 15 anos. Ele queria perder peso e logo baixou dos 86 para os 78 quilos, sem mexer na dieta. Ele já nadava e fazia musculação na época, mas como o gasto calórico da corrida é maior, conseguiu melhor resultado.
“Correr me deixa animado. Logo depois do treino fico cansado, é claro, mas a corrida me deixa mais bem disposto. Ela me dá mais energia e vitalidade para o dia a dia. Mantenho meu condicionamento em qualquer horário e lugar”, defende Sérgio, que corre de seis a oito quilômetros, quatro vezes por semana. Adepto do personal runner há mais de 10 anos, acredita que o profissional é importante para não deixar o ritmo cair. “Ele me puxa, me faz correr mais rápido sem eu perceber.”
Não se começa a correr de um dia para o outro. A corrida é introduzida aos poucos, depois que a pessoa já tenha passado por uma caminhada média, de três a cinco quilômetros e uma caminhada rápida. Segundo Urbano, é preciso melhorar a resistência a cada dia. “Caso contrário, a pessoa não consegue correr direito. Primeiro é preciso trabalhar a base, aumentar a resistência e o ritmo. Assim se corre mais fácil.”
SEM LIMITES
Segundo o personal, mesmo os corredores de elite precisam de um dia de descanso na semana. Daí sua indicação de correr apenas cinco dias por semana, um mínimo de cinco quilômetros diários. Mas quem nunca correu pode começar a correr? Para Urbano, o corpo não tem limite se trabalhado adequadamente, mesmo que algumas pessoas tenham mais dificuldade que outras. “Tem muita gente preguiçosa, fora isso, acredito no potencial de cada pessoa para correr.”
Antes de começar, é importante passar por avaliação com cardiologista e com um ortopedista de medicina esportiva, mais preparados para esse tipo de avaliação. No início, a caminhada é intercalada com a corrida. A alimentação também deve ser controlada. Pelo menos uma hora antes do treino é importante comer uma fruta ou barra de cereal, ou um pão integral com ricota. Após a corrida, é bom consumir proteína, ou mais uma fruta. A hidratação também é muito importante.
A meia maratona vem aí
Participar de provas de rua é uma ótima forma de correr, já que se acompanha o ritmo dos outros. Mas é importante estar preparado para o que se dispõe a fazer. Para Urbano, quem quiser correr uma meia maratona, por exemplo, tem que treinar pelo menos 16 quilômetros diários. Afinal, trata-se de uma prova de 21.097 metros.
No dia 25, a capital mineira recebe mais uma prova de peso, a 4ª Meia Maratona Internacional de BH (MMIBH) e corrida de cinco quilômetros. Única meia maratona de Belo Horizonte, a prova também é a única da América Latina a ter parte do trajeto dentro de um zoológico.
O percurso é feito na região da Lagoa da Pampulha, com largada na Praça Nova, em sentido anti-horário, passando ao lado da Igreja de São Francisco de Assis, Mineirinho, Mineirão, Casa do Baile, Museu de Arte da Pampulha, jardins de Burle Max, Parque Ecológico e, por fim, o zoológico.
A MMIBH é uma corrida com classificação A1 auferida pela Confederação Brasileira de Atletismo, indicativo do mais alto rigor técnico estabelecido no país. Todos os detalhes são averiguados: aferição perfeita do percurso, com exatos 21.097m; exames antidoping feitos nos atletas de elite; premiação em dinheiro; largadas separadas por níveis de desempenho e socorro médico corretamente posicionados no percurso, entre outros.
As inscrições para a 4ª MMIBH estão esgotadas. Mais de 3 mil corredores se inscreveram para participar. A prova é uma realização da TBH Esportes, ACE Esportes e Eventos e TV Alterosa, com transmissão ao vivo pela emissora a partir das 7h20.